INTERNACIONAL – Ministro da Saúde do Brasil não vai à ONU após restrições de visto impostas pelos EUA, destacando tensões diplomáticas sobre saúde pública e vacinação.

O ministro da Saúde do Brasil, Alexandre Padilha, anunciou que não participará da comitiva brasileira que representará o país na 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, programada para a próxima semana nos Estados Unidos. A decisão foi resultado de restrições impostas ao seu visto pelo governo norte-americano, conforme comunicado oficial divulgado pelo Ministério da Saúde.

O ministério revelou que Padilha foi impedido de participar da reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) após receber uma notificação da Missão dos EUA para as Nações Unidas. De acordo com a nota, as limitação impostas ao ministro permite apenas deslocamentos muito restritos, como a ida do hotel para a sede da ONU e para instalações médicas em caso de emergências.

Repercutindo o impacto dessa decisão, o Ministério da Saúde expressou sua insatisfação, afirmando que essa restrição fere o Acordo de Sede com as Nações Unidas, além de comprometer o direito do Brasil de apresentar propostas em um dos mais importantes fóruns globais de saúde, onde o país é reconhecido como uma referência em saúde pública. Em meio à crescente discussão sobre vacinas e ciência, o ministério destacou a importância do Brasil como um defensores das políticas de saúde e da vida.

A decisão de Padilha de ficar no Brasil foi motivada também por compromissos legislativos, uma vez que ele se dedicará à votação da Medida Provisória do Programa Agora Tem Especialistas no Congresso Nacional. O ministério enfatizou que essa não é uma resposta direta ao ministro, mas sim uma reação ao que o Brasil representa na luta contra o negacionismo, que tem prejudicado o acesso à vacinação entre crianças e contribuído para os desafios enfrentados pelo sistema de saúde norte-americano.

Ainda assim, segundo o ministério, o Brasil continuará a manter articulações com a delegação do Ministério da Saúde que estará presente em Nova York e Washington. O trabalho em conjunto está previsto para ser fortalecido por meio de reuniões em eventos internacionais como a COP 30, além de diálogos bilaterais e missões com países do Mercosul e do BRICS, onde o Brasil ocupa a presidência.

Por fim, a situação de Padilha se insere em um contexto mais amplo, onde restrições de vistos a diversos membros do governo brasileiro foram noticiadas recentemente, levantando tensões nas relações diplomáticas entre os dois países.

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