Durante a cerimônia de abertura, realizada no Palácio Itamaraty, Padilha apresentou um panorama global marcado por “crises sobrepostas”, que incluem desafios relacionados à segurança, instabilidade política e um significativo enfraquecimento do multilateralismo. O ministro ressaltou que essas crises não deixam o setor da saúde ileso, reforçando a necessidade urgente de cooperação entre os países do bloco.
Em um discurso contundente, Padilha chamou a atenção para os “ataques impensáveis” que têm atingido trabalhadores da saúde e instalações sanitárias em regiões de conflito, referindo-se a eventos recentes na Faixa de Gaza. O ministro criticou veementemente essas ações, que, segundo ele, resultam em uma grave escassez de pessoal, financiamento e suprimentos médicos, enquanto os bloqueios à ajuda humanitária agravam as crises sanitárias.
Em meio a esse cenário de desafios globais, Padilha também fez uma alusão a decisões recentes de líderes mundiais, especificamente mencionando a retirada de um país da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma mudança que acarretou uma significativa redução no financiamento global para a saúde. Ele enfatizou a necessidade de uma liderança voltada à ciência, à transferência de tecnologia e à preservação de vidas, em vez de cortes em investimentos essenciais para a saúde pública.
Diante de tal contexto, o ministro afirmou que a colaboração entre os países membros do Brics se torna não apenas desejável, mas absolutamente indispensável. O Brics, que ocupa uma posição significativa no cenário global, conta com países como África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia, representando cerca de 48,5% da população mundial. Recentemente, o Vietnã se juntou ao grupo na qualidade de país parceiro, ao lado de outras nações como Belarus, Bolívia e Malásia, um passo que evidencia o crescimento e a relevância do bloco no cenário internacional.