INTERNACIONAL – Ministro brasileiro critica embargo dos EUA a Cuba em discurso na ONU e apela por mudança na política americana

Em discurso fervoroso na assembleia geral das Nações Unidas, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, condenou veementemente o embargo econômico, comercial e financeiro imposto a Cuba pelos Estados Unidos. Com mais de 60 anos de vigência, o embargo foi apontado como o responsável por prejudicar o desenvolvimento social e econômico do país caribenho, afetando principalmente os mais pobres.

Vieira destacou que a persistência dessa medida prejudica diretamente os direitos humanos do povo cubano, limitando o acesso a bens essenciais como medicamentos e tecnologias indispensáveis para o desenvolvimento. O chanceler ressaltou que o repúdio ao embargo econômico contra Cuba é praticamente um consenso internacional, sendo uma medida que encontra repúdio e ressalva de diversos países ao redor do mundo.

Além disso, o ministro brasileiro reforçou a posição do Brasil de que as únicas sanções legítimas são aquelas aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU no âmbito do Capítulo VII da Carta das Nações Unidas. Vieira destacou a firme oposição do governo brasileiro ao embargo contra Cuba e também rejeitou a aplicação extraterritorial de leis nacionais discriminatórias.

Em um gesto de solidariedade e cooperação, o governo brasileiro anunciou medidas de ajuda à Cuba, como o fornecimento de combustíveis e alimentos para lidar com a emergência energética enfrentada pelo país após os recentes apagões e os efeitos do furacão Oscar. Em colaboração com Cuba, o Brasil assinou uma carta de intenções durante a 47ª Cúpula do G77 e China, com o objetivo de estabelecer um programa de cooperação agrícola, incluindo doações de arroz e leite em pó.

Por fim, o ministro Mauro Vieira fez um apelo direto aos Estados Unidos para reconsiderarem sua política em relação a Cuba, pedindo a eliminação das sanções e a retirada do país da lista de Estados patrocinadores do terrorismo. Ele propôs um diálogo construtivo baseado no respeito mútuo e na não interferência, buscando uma solução pacífica e colaborativa para as relações entre os dois países.

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