As autoridades brasileiras consideram que essas manifestações constituem uma clara ingerência nos assuntos internos do país, além de representarem ameaças inaceitáveis a figuras do Judiciário nacional. O foco das críticas americanas tem sido principalmente o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes, cujas decisões envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados foram alvo de ataques públicos.
Em um comunicado recente, o secretário de diplomacia pública do Departamento de Estado, Darren Beattie, foi explícito ao afirmar que “os aliados de Moraes no Judiciário e em outras esferas estão avisados” para não oferecer apoio ou facilitação à conduta do ministro. Beattie acusou Moraes de “censura” e “perseguição” contra Bolsonaro e seus apoiadores, afirmando que a situação está sendo monitorada de perto pelas autoridades americanas.
Além disso, no final de julho, os Estados Unidos impuseram sanções econômicas a Moraes, dentro da chamada Lei Magnitsky, como resposta a sua atuação no julgamento de envolvidos em uma suposta trama golpista no Brasil. Esta ação investiga tentativas de desestabilização do governo após as eleições de 2022, que supostamente incluíam planos para prender e até assassinar autoridades públicas.
A Procuradoria-Geral da República do Brasil denunciou que Bolsonaro pressionou comandantes militares a suspender o resultado das eleições presidenciais de outubro de 2022, quando perdeu para Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente nega tais acusações, mas continua sob investigação por potenciais tentativas de colaborar com os Estados Unidos para estabelecer sanções contra seu próprio país, evidenciando uma escalada de tensões entre o Brasil e os EUA neste contexto complexo.