A vitória de Milei, com 30,1% dos votos, destaca sua ascensão em um contexto de alta abstenção, estimada em 46%. O peronismo, tradicionalmente forte, também sofreu uma leve queda, de 32,3% para 27,4%, mas mantém-se como uma das principais forças políticas do país, segundo especialistas que analisam o resultado. Leandro Gabiati, cientista político, ressaltou a importância histórica de Buenos Aires para o Pro e o impacto da vitória de Milei sobre a direita mais tradicional.
Macri, embora tenha apoiado as políticas econômicas de Milei, expressou suas críticas em questões institucionais e de governança, sinalizando um rompimento nas relações entre os dois. Para o professor de relações internacionais Roberto Goulart Menezes, o governo Milei ainda enfrenta desafios, mas conseguiu solidificar sua base de apoio. A disparidade na votação deixou entrever que a disputa pelo poder permanece aberta, com o peronismo ainda sendo um competidor relevante.
A crise interna do macrismo destaca-se, uma vez que a liderança de Milei parece absorver os votos da direita mais conservadora. A eleição em Buenos Aires divergiu da votação em Santa Fé, onde Milei não conseguiu se destacar, refletindo a complexidade do cenário político argentino, onde dinâmicas regionais influenciam resultados.
As eleições federais marcadas para 26 de outubro trarão novos desafios, pois a oposição se mostra desorganizada em sua resposta a um governo que, apesar de não ter superado todas as crises, encontrou um espaço para estabelecer suas premissas. A inflação, ainda um tema central, continua elevada, e a capacidade de Milei em controlar este desafio será crucial para sua administração e para futuras competições eleitorais.
Com a política argentina em constante movimento, o resultado em Buenos Aires poderá ser um indicativo das direções futuras, evidenciando tanto a perseverança do peronismo quanto a ascensão da ultradireita sob a liderança de Milei.
