INTERNACIONAL – México, Brasil e Colômbia Pedem Solução Institucional para Crise Eleitoral na Venezuela

Os governos do Brasil, Colômbia e México emitiram nesta quinta-feira (1º) um comunicado conjunto clamando para que o impasse nas eleições na Venezuela seja resolvido através de vias institucionais. O comunicado sublinha a posição dos três países, pedindo a divulgação dos dados eleitorais do último domingo (28) por mesa de votação. Essa posição visa garantir a transparência e a imparcialidade do processo eleitoral venezuelano.

Durante a tarde, os presidentes dos respectivos países, Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Gustavo Petro (Colômbia) e Andrés Manuel López Obrador (México), conversaram por telefone antes de emitir o comunicado. Os chefes de Estado reafirmaram que estão observando de perto o processo de apuração e fizeram um apelo às autoridades eleitorais da Venezuela para que divulguem os resultados rapidamente e de maneira detalhada.

Ao mesmo tempo, os governos latino-americanos enfatizaram a importância da cautela para todos os atores políticos e sociais na Venezuela. Pediram que manifestações e eventos públicos sejam contidos para evitar novos episódios de violência. “Manter a paz social e proteger vidas humanas devem ser as preocupações prioritárias neste momento”, afirmaram.

O comunicado também ressalta o respeito absoluto pela soberania da vontade do povo venezuelano, acrescentando que os três países estão prontos para apoiar quaisquer esforços de diálogo e busca de acordos que beneficiem a população venezuelana.

A polêmica em torno das eleições surgiu após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarar a vitória de Nicolás Maduro no último domingo. A oposição contestou o resultado, alegando fraude, o que resultou em protestos violentos que deixaram pelo menos 12 mortos e mais de mil presos, além de dezenas de feridos, incluindo mais de 80 militares e policiais, conforme dados do governo venezuelano e da organização não governamental Foro Penal.

Um dia antes da declaração conjunta, os três países não apoiaram uma resolução no Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) que exigia a publicação imediata das atas eleitorais. A resolução também solicitava uma verificação completa dos resultados na presença de organizações de observação independentes para garantir a transparência, credibilidade e legitimidade do processo eleitoral.

O Itamaraty justificou a abstenção do Brasil, citando que a Venezuela não é membro da OEA e que a verificação dos resultados deve ser definida pelas próprias leis venezuelanas. O governo mexicano, por sua vez, criticou a OEA, alegando que a organização não tem a isenção necessária para discutir o tema e acusou ingerência nos processos internos da Venezuela.

Na votação da OEA, 17 dos 34 estados membros votaram a favor da resolução. Países como Estados Unidos, Argentina, Canadá, Chile e Uruguai apoiaram a medida. Em contrapartida, países como Brasil, Colômbia, Bolívia e outros se abstiveram, enquanto México e algumas outras nações se ausentaram da votação.

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