INTERNACIONAL – “Massacres em Gaza: 516 palestinos mortos ao buscarem ajuda humanitária em meio à crise alimentar e violência crescente”

Na última terça-feira, 24 de outubro, o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, sob controle do Hamas, informou que o número de palestinos que perderam a vida em busca de ajuda alimentar atinge a alarmante cifra de 516 pessoas. Esse trágico cenário tem se desenrolado desde o início das operações da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), cerca de um mês atrás. Os dados repercutem no contexto de uma crise humanitária sem precedentes, que se intensificou nas últimas semanas.

Nesta manhã, mais um ataque resultou na morte de 50 palestinos que tentavam acessar os limitados pontos de distribuição de alimentos. O Hamas, por meio de uma declaração oficial, denunciou a situação como um “crime hediondo da era moderna”, afirmando que as pessoas estão sendo atraídas para armadilhas mortais em busca de assistência, onde são alvo de tiros. As informações sobre os mortos e feridos vêm sendo corroboradas por diversas ONGs locais e agências das Nações Unidas.

Imagens e vídeos circulam nas redes sociais, retratando cenas de terror, com multidões desesperadas em busca de alimento, enquanto disparos de armas automáticas ecoam ao fundo. Israel, por sua vez, argumenta que os disparos ocorrem em função da aproximação de pessoas consideradas “suspeitas” em direção às forças armadas.

O Ministério da Saúde da região também revelou que cerca de 3,7 mil pessoas ficaram feridas nesta crise humanitária. A GHF, respaldada por Israel e Estados Unidos, é a única entidade autorizada a gerenciar a distribuição de alimentos, mas as críticas se intensificam, com o chefe da Agência de Refugiados Palestinos, Philippe Lazzarini, descrevendo os centros de distribuição como verdadeiras armadilhas.

Lazzarini também salientou que o alimento disponível é insuficiente e que a população da Gaza — aproximadamente 2 milhões de pessoas — enfrenta situações de desnutrição aguda, especialmente entre crianças. Dados recentes apontam que mais de 5 mil crianças receberam tratamento por desnutrição apenas no mês de maio, um aumento significativo em comparação a meses anteriores.

A crise humanitária é exacerbada pela insistência de Israel em restringir a entrada de ajuda, com 6 mil caminhões de suprimentos ainda na fronteira, alegadamente por medo de que sejam desviados para o Hamas. Enquanto isso, a ONU tem se manifestado contra essa situação, ressaltando que a entrada de ajuda humanitária é uma exigência do direito internacional e que, até o momento, Israel tem violado essa norma com o apoio dos Estados Unidos.

A atual fase de conflito na região remonta a um ataque realizado pelo Hamas em outubro, que resultou na morte de 1,2 mil israelenses e no sequestro de cerca de 220 pessoas. O Hamas justificou esta ação como uma resposta ao cerco de longo prazo que a Gaza enfrenta e à ocupação dos territórios palestinos. Desde então, a ofensiva israelense tem provocado deslocamentos massivos, afetando mais de 90% da população de Gaza e levando à destruição de grande parte da infraestrutura da região. Essa série de eventos é amplamente considerada um genocídio por várias organizações internacionais.

O governo de Benjamin Netanyahu defende uma ocupação contínua e indica que suas ações visam não apenas resgatar reféns, mas também erradicar o Hamas, perpetuando assim um ciclo de violência e sofrimento na região. A história da tensão entre palestinos e israelenses continua a se desenrolar de maneira dramática e angustiante, levantando questões sobre os esforços de paz e a viabilidade de uma solução duradoura.

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