O presidente do Comitê, Jørgen Watne Frydnes, destacou a coragem de Maria Corina ao afirmar que ela representa um exemplo extraordinário de bravura civil na América Latina contemporânea. Em seu discurso, Frydnes enfatizou a importância de reconhecer defensores da liberdade que se erguem frente a regimes autoritários, sublinhando que, quando a liberdade é ameaçada, pessoas corajosas são essenciais para resistir e lutar por um futuro melhor.
O comitê também fez uma reflexão sobre o papel vital de cidadãos que se recusam a permanecer em silêncio, mesmo diante de severos riscos. Para eles, a liberdade não é um bem garantido, mas algo que deve ser constantemente defendido através de ações determinadas e corajosas.
Maria Corina Machado tem sido uma figura emblemática na luta contra o regime de Nicolás Maduro, enfrentando sistemáticas represálias legais e acusações direcionadas pelo governo. Em um episódio recente, sua tentativa de candidatura à presidência em 2024 foi bloqueada pelo Conselho Nacional Eleitoral, que invalidou sua candidatura sob alegações de irregularidades. Essa situação gerou especulações sobre sua aliança com outros candidatos, em um esforço para manter a visibilidade e a influência da oposição no cenário político.
Desde julho, Machado vive em um estado de clandestinidade, tendo sido detida em uma manifestação contra o governo na véspera da posse de Maduro. Enquanto seus apoiadores veem sua detenção como mais uma evidência da repressão ao dissenso político, críticos argumentam que suas táticas polarizadoras podem exacerbá-la crise institucional do país.
O Prêmio Nobel da Paz, no valor de 11 milhões de coroas suecas, será entregue em Oslo no dia 10 de dezembro, uma data que marca o aniversário da morte do criador do prêmio, Alfred Nobel. No entanto, a presença de Maria Corina Machado na cerimônia é incerta, uma vez que as atuais circunstâncias de sua vida a mantêm em situação de esconderijo devido à repressão que enfrenta.
