Segundo informações da organização responsável pelo ato, diversas lideranças do movimento foram detidas e deportadas de forma ilegal. A Marcha Global para Gaza clamou pela liberdade de todos os participantes presos, destacando que dois de seus coordenadores internacionais foram detidos no final de semana e enfrentam um processo de deportação.
Os planejadores do evento contavam com a participação de milhares de pessoas que percorreria a Península do Sinai até a cidade de Rafah, a primeira localidade ao sul da Faixa de Gaza. Ativistas de mais de 50 nacionalidades se mobilizavam para expor a situação de cerco imposto por Israel e pressionar por uma mudança na política humanitária que afeta a região.
A integrante brasileira Adriana Machado, do Partido da Causa Operária (PCO), relatou que a marcha foi impedida pelas forças de segurança egípcias, que tomaram medidas drásticas contra muitos participantes. A ativista mencionou que algumas pessoas que estavam em um posto de checagem ainda permanecem desaparecidas e revelou o clima de tensão em sua estadia, onde a segurança abordou seu grupo durante tentativas de sair para um restaurante.
O organizador Saif Abukeshek revelou que, apesar das dificuldades impostas pelo governo egípcio, novas iniciativas estão sendo planejadas fora do Egito, enfatizando que o movimento global que busca acabar com o genocídio do povo palestino não será desmotivado.
Além disso, foi relatado que Israel havia requisitado ao Egito que impedisse a marcha, resultando já na deportação de 200 manifestantes antes da data do protesto. O grupo que partiu em caravanas de países como Tunísia e Marrocos, conhecido como comboio Sumood, encontrou resistência das milícias que operam em território líbio, mas recebeu acolhimento e apoio nas comunidades ao oeste da Líbia. Um dos organizadores expressou que a prioridade atual é a libertação dos 13 detidos, incluindo cidadãos líbios, argelinos e tunisianos, com a intenção de estabelecer um ponto de resistência perto da fronteira em breve.