INTERNACIONAL –

Mais Médicos: Programa é elogiado com alta satisfação popular mesmo sob críticas dos EUA

Na última quarta-feira (13), os Estados Unidos atacaram o programa Mais Médicos, destacando um impacto significativo que a iniciativa teve na saúde pública do Brasil. Desde sua implementação em 2013, o programa tem avançado em fornecer serviços médicos a mais de 4 mil municípios, beneficiando cerca de 66,6 milhões de cidadãos brasileiros, conforme dados do Ministério da Saúde.

Os médicos cubanos, que desempenharam um papel crucial até 2018, agora representam apenas 10% dos mais de 26 mil profissionais envolvidos no programa. No auge da colaboração, os cubanos eram cerca de 64% dos médicos atuando no Brasil, mas essa proporção diminuiu ao longo dos anos. Atualmente, Cuba mantém cerca de 24 mil médicos em 56 países, destacando sua contribuição significativa à saúde global.

Rômulo Paes, presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), ressaltou que o Mais Médicos tem sido um exemplo de sucesso, especialmente na melhora do acesso à atenção primária. Segundo ele, o déficit de acesso a estes serviços caiu cerca de 56% em muitos municípios, melhorando a continuidade de tratamentos e reduzindo hospitalizações por causas evitáveis.

O impacto inicial do programa foi expressivo: a cobertura de atenção básica subiu de 10,8% para 24,6% no primeiro ano. A atenção básica é responsável por 80% dos problemas de saúde da população, e sua expansão é um passo vital para um sistema de saúde mais eficiente.

Recentemente, o Departamento de Estado dos EUA anunciou a revogação dos vistos de funcionários brasileiros envolvidos com o programa, alegando complicidade em um suposto trabalho forçado por parte do governo cubano. Paes acredita que essa ação é uma estratégia do governo norte-americano com objetivos políticos mais amplos, não focados exclusivamente na saúde.

Há mais de 60 anos, os EUA impõem um severo bloqueio econômico a Cuba, fundamentado na tentativa de alterar o regime político da ilha. O programa de intercâmbio médico de Cuba, que começou na década de 1960 e já enviou mais de 605 mil médicos para 165 países, continua a ser uma ferramenta vital para a renda nacional.

Mesmo com a saída de muitos profissionais cubanos, a prioridade do programa sempre foi garantir que médicos brasileiros ocupassem as vagas disponíveis. Entretanto, em casos de escassez, os médicos estrangeiros eram convocados, especialmente para áreas menos assistidas, como cidades do interior e periferias urbanas.

O Mais Médicos tem sido amplamente aceito, com uma pesquisa mostrando que 95% dos usuários estão satisfeitos, atribuindo uma média de nota 8,4 ao programa. Esse ponto é um reflexo da relevância do atendimento médico nas comunidades que mais precisam, onde a presença constante dos profissionais de saúde tem transformado a realidade.

Em suma, o programa Mais Médicos não apenas melhorou a saúde pública em várias regiões do Brasil, mas também provocou discussões sobre política internacional, cooperação e o papel dos profissionais cubanos na assistência médica global. A confirmação de sua eficácia e a aceitação do povo demonstram a importância de iniciativas que buscam promover saúde de qualidade, mesmo em meio a um cenário complexo e desafiador.

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