Durante a visita, Lula expressou sua solidariedade a Kirchner, reconhecendo a importância do apoio popular que ela tem recebido, especialmente em momentos desafiadores. No discurso, o presidente brasileiro enfatizou que sua amizade com a ex-presidente transcende questões institucionais, e que ambos compartilham ideais voltados para a justiça social e o combate às desigualdades.
Lula viajou à Argentina para participar da Cúpula do Mercosul, cujo presidente atual, Javier Milei, é um opositor de Kirchner. Durante a cúpula, o Brasil assumiu a presidência do bloco sul-americano para o segundo semestre deste ano, o que marca uma fase de nova liderança regional em um ambiente político conturbado.
Cristina Kirchner, de 72 anos, já ocupou a presidência da Argentina por dois mandatos, de 2007 a 2015, e foi vice-presidente de 2019 a 2023. A Suprema Corte da Argentina confirmou, em junho passado, a condenação de Kirchner a seis anos de prisão por corrupção. Este caso, que ficou conhecido como “Caso Vialidad”, envolveu acusações de favorecimento ao empresário Lázaro Báez em contratos públicos de obras na Patagônia. Além da pena privativa de liberdade, a decisão judicial impediu que a ex-presidente exercesse cargos públicos a vida toda.
Cristina tentou manter sua relevância política ao anunciar planos de concorrer a uma vaga no Congresso nas eleições legislativas marcadas para setembro, visando um distrito importante na província de Buenos Aires, bastião do peronismo.
A visita de Lula à Cristina Kirchner não apenas demonstra laços pessoais e políticos, mas também revela as complexidades das relações políticas na América Latina, onde questões de condenações judiciais e alegações de perseguição política permeiam a vida de diversos líderes regionais. A história recente de ambos os políticos reflete um contexto de disputas ideológicas que seguem moldando o cenário político no hemisfério sul.