INTERNACIONAL – Lula se encontra com EUA para discutir tarifa extra sobre exportações brasileiras em meio a tensões comerciais. Primeiro diálogo após visita de Trump.

Na próxima quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunirá com representantes dos Estados Unidos para discutir a taxação adicional imposta sobre produtos brasileiros. Este encontro marca a primeira interação formal entre as autoridades dos dois países desde a conversa ocorrida entre Lula e o ex-presidente Donald Trump no início do mês.

Lula comentou, com um toque de humor, sobre a falta de “química” nas conversas passadas com Trump, referindo-se à sua recente videoconferência com o líder estadunidense. Em tom descontraído, ele ironizou a declaração de Trump sobre a “química excelente” entre eles, que foi feita durante um breve encontro na Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro.

Durante um evento no Rio de Janeiro, Lula confirmou a programação da reunião de negociação, que se segue a um convite do secretário de Estado Marco Rubio ao ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira. Vieira já chegou a Washington para iniciar as tratativas e buscar um caminho favorável para as relações comerciais entre os dois países.

Em entrevistas anteriores, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfatizou a necessidade de apresentar argumentos robustos para reverter a taxação imposta pelos EUA. Ele alegou que as tarifas adicionais não apenas prejudicam a economia brasileira, mas também encarecem a vida dos consumidores americanos, evidenciando a interrelação das economias.

A alta de tarifas, conhecida como “tarifaço”, visa reduzir a competitividade dos Estados Unidos, que, segundo políticas do governo anterior, têm enfrentado desafios devido ao crescimento da economia chinesa. A nova política tarifária começou com a imposição de taxas baseadas no déficit comercial que os Estados Unidos possuem com diferentes nações, resultando em uma taxa de 10% para o Brasil e, posteriormente, uma elevação para 40% em retaliações a ações que afetaram interesses comerciais estadunidenses.

Os produtos impactados incluem itens como café, frutas e carnes, enquanto uma lista extensa de aproximadamente 700 produtos, incluindo sucos, minérios e fertilizantes, recebeu isenção das tarifas. Essa situação ainda gera incertezas em relação a investimentos futuros e à expansão do comércio bilateral.

A reunião agendada poderá representar um passo significativo nas tentativas do Brasil de instaurar um diálogo mais construtivo e elevar o nível das relações comerciais com os Estados Unidos, trazendo benefícios mútuos em um cenário econômico desafiador.

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