A reunião, que ocorreu à margem da Cúpula de Líderes do G20, reúne as principais economias do mundo e representa uma oportunidade para a Ibas, criada em 2003 para fomentar a cooperação entre nações do Sul Global, redefinir sua missão. Lula afirmou que Brasil, Índia e África do Sul têm a capacidade de equilibrar soberania e autonomia com a busca pelo desenvolvimento, defendendo a democracia e os direitos humanos.
O presidente destacou a importância de a Ibas abertamente discutir questões de direitos humanos, equidade de gênero e direitos sexuais e reprodutivos. Apontou que o debate sobre acessibilidade a medicamentos e vacinas deve ser uma prioridade, especialmente em tempos de crise sanitária global. Além disso, Lula ressaltou a necessidade de envolver sindicatos e organizações não governamentais nas discussões sobre os desafios do trabalho nos mercados emergentes.
A convocação para maior periodicidade nas reuniões do Ibas é um dos pontos que poderiam garantir a continuidade da colaboração entre as nações. Lula sugeriu que essa coordenação se faça presente em outras instâncias internacionais, como o G20 e as Nações Unidas. Ele ponderou sobre o papel que o Ibas deve desempenhar no atual cenário geopolítico e se uma nova colaboração com democracias emergentes, como México e Quênia, poderia ser benéfica.
O presidente concluiu dizendo que a identidade do Ibas deve ser fortalecida, em vez de se tornar uma extensão das agendas de outros grupos, como o Brics. Ele lembrou que, desde sua criação, o Fundo Ibas já financiou mais de 51 projetos em 40 países, destacando seu compromisso com a cooperação Sul-Sul e o combate à pobreza.
Após suas atividades em Joanesburgo, Lula também participará de uma visita oficial a Moçambique, onde comemorará os 50 anos de relações diplomáticas entre os dois países. A jornada visa reforçar laços e explorar novas oportunidades de colaboração em diversas áreas.









