Em um convite claro à iniciativa privada dos dois países, Lula enfatizou a importância de uma ação coletiva para incrementar esse fluxo. Durante sua participação no encerramento do Fórum Econômico Brasil-França, ele propôs que empresários de ambas as nações trabalhem juntos para alcançar uma meta ambiciosa: levar o comércio bilateral a US$ 20 bilhões nos próximos dez anos. “Se não tivermos um plano de metas e agirmos apenas quando as circunstâncias permitirem, não teremos sucesso”, afirmou o presidente, instando o setor privado a explorar novas oportunidades.
Lula ainda aproveitou sua visita oficial à França para destacar as sinergias potenciais entre os dois países, especialmente em setores estratégicos como transição energética, saúde, defesa e agronegócio. O presidente também defendeu a necessidade de se avançar nas negociações para o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, que, apesar de ter sido discutido por mais de duas décadas, enfrenta obstáculos, principalmente devido a preocupações ambientais levantadas por alguns países, como a França.
O líder francês Macron, por exemplo, manifestou a necessidade de incluir cláusulas que assegurem requisitos ambientais nas práticas agrícolas e industriais, um tema que gerou tensão nas discussões. Contudo, Lula acredita que a colaboração entre agricultores brasileiros e franceses pode resultar em descobertas significativas, evidenciando que suas produções agrícolas são complementares.
Além disso, ressaltou a intenção de combater o desmatamento e recuperar áreas agrícolas degradadas, reafirmando o compromisso de seu governo com questões ambientais. A França, por sua vez, através do ministro de Comércio Exterior, Laurent Saint-Martin, revelou que uma delegação de empresários franceses visitará o Brasil no final deste mês, com foco em setores como energias renováveis e infraestrutura, reforçando a busca por investimentos que beneficiem ambas as nações.