Na correspondência, Lula ressaltou a importância do relacionamento entre Brasil e Bolívia, sublinhando a proximidade geográfica e os vínculos históricos que unem os dois países. “Na carta, reitero a prioridade do governo brasileiro no relacionamento com a Bolívia, com a qual compartilhamos extensa fronteira, mas também uma relação de amizade e respeito”, destacou o presidente brasileiro.
Lula enfatizou que o compromisso do governo brasileiro em fortalecer as relações bilaterais e cooperação em áreas de interesse mútuo continua firme. Segundo ele, a Bolívia é uma parceira essencial para o Brasil na construção de uma América do Sul mais integrada, justa e solidária. Em sua análise da situação política do país vizinho, o presidente brasileiro elogiou a conclusão do processo eleitoral, que ocorreu “em clima de tranquilidade e harmonia”, ressaltando a dedicação da sociedade boliviana à democracia, valor que, segundo ele, deve ser fundamental para toda a região.
A eleição de Rodrigo Paz acontece em um contexto de crise econômica e marca uma mudança significativa, uma vez que o novo presidente derrotou o conservador Jorge “Tuto” Quiroga e encerra quase duas décadas de governos do Movimento ao Socialismo (MAS), partido que tradicionalmente tinha forte apoio entre a maioria indígena boliviana. No entanto, é importante destacar que o PDC não conseguiu conquistar a maioria nas legislações, o que exigirá de Paz uma habilidade especial para formar alianças políticas e garantir governabilidade.
A nova administração de Paz, que será empossada em 8 de novembro, promete uma abordagem moderada, continuidade de programas sociais e incentivos ao crescimento do setor privado, o que parece ter atraído eleitores insatisfeitos com o MAS, fundado por Evo Morales, mas cautelosos em relação às medidas de austeridade propostas por Quiroga. A expectativa agora é como o novo governo conduzirá suas políticas em meio aos desafios econômicos e à intricateza política da Bolívia.
