Lula, que se encontrava nos Estados Unidos, fez suas declarações em um contexto marcado por tensões crescentes na região, especialmente devido aos conflitos em Gaza. O presidente enfatizou que a situação atual ultrapassa o extermínio do povo palestino, simbolizando uma tentativa de destruição de suas aspirações nacionais. Ele reiterou os direitos de ambas as partes de existir, sublinhando a importância de um espaço pacífico e seguro onde israelenses e palestinos possam coexistir.
Essa conferência, que teve participantes de alto nível e foi convocada por nações como França e Arábia Saudita, ocorreu em Nova York e se alinhou com a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Lula destacou que a questão palestina remonta a 78 anos atrás, quando a ONU adotou o plano de partilha que resultou na criação de Israel, mas não também de um Estado para a Palestina.
O presidente brasileiro abordou as limitações do multilateralismo, afirmando que o conflito Israel-Palestina exemplifica os obstáculos que a diplomacia enfrenta. A interrupção de atrocidades, segundo ele, é uma das razões fundamentais para a existência da ONU. Lula propôs ainda a formação de um comitê inspirado no Comitê Especial contra o Apartheid, que foi crucial no combate ao regime de segregação na África do Sul, argumentando que assegurar o direito à autodeterminação da Palestina seria um passo significativo para restaurar a força do multilateralismo e um reconhecimento da humanidade coletiva.
Durante seu pronunciamento, o presidente também fez uma veemente condenação aos atos cometidos pelo Hamas, embora tenha enfatizado que o direito à defesa não pode justificar a perda de vidas inocentes, especialmente entre crianças. Ele classificou as mortes e destruições em Gaza como inaceitáveis, reafirmando que nada justifica a perda de vidas em tais condições e que a busca por um futuro pacífico deve ser a prioridade nas relações entre os povos da região.