INTERNACIONAL – Lula defende solução de dois Estados para paz no Oriente Médio em conferência nos EUA e critica a violência contra civis em Gaza.

Na última segunda-feira, 22 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou, durante sua participação na segunda sessão da Conferência Internacional de Alto Nível para a Resolução Pacífica da Questão Palestina, a necessidade urgente de implementar a solução de dois Estados como meio para alcançar a paz no Oriente Médio. Essa proposta visa estabelecer um Estado da Palestina dentro das fronteiras de 1967, convivendo ao lado do Estado de Israel, com Jerusalém Oriental servindo como sua capital.

Lula, que se encontrava nos Estados Unidos, fez suas declarações em um contexto marcado por tensões crescentes na região, especialmente devido aos conflitos em Gaza. O presidente enfatizou que a situação atual ultrapassa o extermínio do povo palestino, simbolizando uma tentativa de destruição de suas aspirações nacionais. Ele reiterou os direitos de ambas as partes de existir, sublinhando a importância de um espaço pacífico e seguro onde israelenses e palestinos possam coexistir.

Essa conferência, que teve participantes de alto nível e foi convocada por nações como França e Arábia Saudita, ocorreu em Nova York e se alinhou com a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Lula destacou que a questão palestina remonta a 78 anos atrás, quando a ONU adotou o plano de partilha que resultou na criação de Israel, mas não também de um Estado para a Palestina.

O presidente brasileiro abordou as limitações do multilateralismo, afirmando que o conflito Israel-Palestina exemplifica os obstáculos que a diplomacia enfrenta. A interrupção de atrocidades, segundo ele, é uma das razões fundamentais para a existência da ONU. Lula propôs ainda a formação de um comitê inspirado no Comitê Especial contra o Apartheid, que foi crucial no combate ao regime de segregação na África do Sul, argumentando que assegurar o direito à autodeterminação da Palestina seria um passo significativo para restaurar a força do multilateralismo e um reconhecimento da humanidade coletiva.

Durante seu pronunciamento, o presidente também fez uma veemente condenação aos atos cometidos pelo Hamas, embora tenha enfatizado que o direito à defesa não pode justificar a perda de vidas inocentes, especialmente entre crianças. Ele classificou as mortes e destruições em Gaza como inaceitáveis, reafirmando que nada justifica a perda de vidas em tais condições e que a busca por um futuro pacífico deve ser a prioridade nas relações entre os povos da região.

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