Em suas declarações, Lula refletiu sobre a atual presença militar de uma potência extrarregional no continente, lembrando que, após mais de quarenta anos desde a Guerra das Malvinas, a América do Sul enfrenta novamente uma ameaça militar externa. Ele alertou que uma intervenção na Venezuela não só causaria uma catástrofe humanitária, mas também criaria um perigoso precedente no cenário internacional, onde as normas do direito internacional poderiam ser desrespeitadas.
Atualmente, as forças armadas americanas cercam a fronteira venezuelana, com um bloqueio naval que visa limitar a navegação dos petroleiros, prejudicando a economia do país caribenho. O petróleo, fundamental para a estabilidade financeira da Venezuela, tem sido um alvo de ataques militares que, desde setembro, resultaram em diversas mortes e feridos, ampliando a crise humanitária que já existe no local.
Essa mobilização militar dos EUA levanta questionamentos sobre as verdadeiras intenções por trás das ações norte-americanas. Durante uma entrevista, Lula revelou que manteve conversas tanto com Maduro quanto com o presidente americano, Donald Trump, buscando uma solução pacífica para a situação. Ele enfatizou a importância do diálogo, propondo que o Brasil poderia atuar como mediador para evitar uma escalada de conflitos.
O presidente observou que é necessário explorar os interesses que vão além da derrubada de Maduro. Com um olhar atento para a instabilidade do cenário latino-americano, Lula reafirmou seu compromisso em continuar as negociações e acompanhar de perto o desenvolvimento dos eventos, destacando a proximidade geográfica e os laços históricos entre Brasil e Venezuela. Essa postura indica um esforço do Brasil para se posicionar como um agente de paz na região, em um momento delicado e de grandes incertezas.
