INTERNACIONAL – Lula alerta para riscos da democracia e compara extremismo atual à ascensão do Nazismo em encontro com líderes latino-americanos em Santiago.

Na última segunda-feira, durante uma conferência em Santiago, no Chile, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma grave comparação ao traçar paralelos entre o atual aumento do extremismo político e a ascensão do Partido Nazista na Alemanha na década de 1930. As declarações ocorreram em um contexto de diálogo sobre a defesa da democracia, organizado pelo presidente chileno Gabriel Boric, reunindo líderes de outras nações.

Lula destacou a importância de lutar pela democracia, que ele considera ameaçada pelas correntes extremistas. Em suas palavras, “a democracia não deve ser apenas uma questão de direita, esquerda ou centro; precisamos garantir um espaço para práticas democráticas que valorizem a tolerância, o respeito à diversidade e a pluralidade de pensamentos”. Ele enfatizou ainda que o Brasil deve ser um espaço de diálogo e respeito às diversas culturas e religiões.

A reunião em Santiago contou com a presença de outros líderes latino-americanos e europeus, como o presidente colombiano Gustavo Petro, o espanhol Pedro Sánchez e o uruguaio Yamandú Orsi. Após uma sessão inicial, os líderes se reuniram com representantes da sociedade civil e do meio acadêmico para discutir temas cruciais, incluindo a promoção do multilateralismo, o combate às desigualdades sociais e a luta contra a desinformação nas plataformas digitais.

Lula propôs que, diante da escalada de ações antidemocráticas no cenário global, tornam-se necessárias medidas concretas e imediatas para salvaguardar os valores democráticos. Ao final do encontro, os líderes divulgaram uma declaração conjunta que estabelece compromissos comuns em pro de um multilateralismo inclusivo e de uma governança global reformada. Entre as prioridades citadas estão o fortalecimento da diplomacia democrática e o respeito irrestrito aos direitos humanos.

O encontro no Chile ocorre em uma época de crescente tensão internacional, especialmente em relação às políticas comerciais adotadas pelos Estados Unidos. Lula se manifestou sobre o endurecimento das tarifas impostas pelo governo americano, afirmando que, até o momento, o Brasil não está em uma “guerra tarifária” aberta, mas que a resposta a essas ações poderá ocorrer se o impasse não for resolvido adequadamente.

O presidente brasileiro expressou otimismo quanto a uma solução negociada e apelou para que os empresários brasileiros colaborem, estabelecendo diálogos com seus homólogos americanos, visto que serão os mais impactados pelas tarifas. Lula também lembrou que a próxima reunião sobre a defesa da democracia está agendada para ocorrer durante a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, marcada para setembro em Nova York, onde líderes de vários outros países estarão presentes.

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