Desde junho de 2023, todos os meses foram classificados como os mais quentes já registrados, em comparação com os anos anteriores. O Serviço de Alterações Climáticas Copernicus (C3S) aponta que as alterações climáticas causadas pelo homem e pelo fenômeno natural El Niño contribuíram para os recordes de temperatura observados nos últimos meses.
Segundo Zeke Hausfather, cientista investigador da Berkeley Earth, há uma probabilidade de 95% de que 2024 supere 2023 como o ano mais quente registrado desde o início dos registros de temperatura global. Esse cenário preocupa especialistas, pois as consequências das mudanças climáticas já estão sendo sentidas em todo o mundo.
O calor intenso do último mês resultou em mais de mil mortes durante a peregrinação do hajj, em Meca, e em outras regiões, como Nova Delhi na Índia e na Grécia. Friederike Otto, cientista climática do Instituto Grantham, alerta que as emissões de gases de efeito estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis são a principal causa das alterações climáticas que estão levando a esses recordes de temperatura.
Os dados do C3S mostram que a temperatura média global está 1,64 graus Celsius acima da média pré-industrial, o que confirma a preocupante tendência de aquecimento global. A principal mensagem dos cientistas é que, embora o El Niño seja um fenômeno natural que influencia as temperaturas, as ações humanas também desempenham um papel fundamental nesse cenário. Controlar as emissões de gases de efeito estufa é essencial para frear o avanço das mudanças climáticas e evitar consequências ainda mais desastrosas para o planeta.