O embaixador palestino, Ibrahim Alzeben, informou que até o início da tarde não havia confirmação de vítimas. No entanto, uma fonte local relatou que os jornalistas conseguiram escapar ilesos do ataque. Desde o início do conflito em outubro de 2023, a Cidade de Gaza tem enfrentado uma devastação extrema, com forças israelenses intensificando seus bombardeios.
Durante a videoconferência, vários líderes do Sindicato dos Jornalistas da Palestina, incluindo Naser Abu Baker e Tahseen al Astal, apresentaram dados alarmantes sobre a situação da imprensa na região. Desde o início da ofensiva israelense, dos aproximadamente 1.600 jornalistas registrados na Faixa de Gaza, 252 foram mortos, 400 ficaram feridos, e cerca de 200 estão atualmente encarcerados. Além disso, quase 600 familiares desses profissionais também perderam suas vidas no conflito.
A jornalista freelance Fidaa Asaliya, que estava presente na tenda durante o ataque, destacou o alto custo que os jornalistas palestinos pagam por seu trabalho. “Estamos sob constante ameaça em meio a bombardeios, mas seguimos firmes em nossa missão de informar”, afirmou. É evidente que a ocupação não faz distinção entre civis e jornalistas, gerando um clima de insegurança constante.
Os relatos de deslocamento entre os jornalistas são preocupantes. Samir Khalifa, um colega da região, mencionou que em quase dois anos de ataques, ele já se mudou 18 vezes. O Sindicato dos Jornalistas da Palestina denunciou a destruição de 647 imóveis de jornalistas devido aos bombardeios.
Além disso, desde o início da ocupação israelense, cerca de 3.400 jornalistas foram proibidos de entrar na Faixa de Gaza, incluindo 820 originários dos Estados Unidos. A presidente da Fenaj, Samira de Castro, expressou sua preocupação ao afirmar que a reunião virtual tinha como objetivo fornecer um espaço para que os jornalistas palestinos compartilhassem suas experiências em um contexto de ataque contínuo, que já resultou na morte de cerca de 70 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças.
A situação humanitária em Gaza se agrava com os constantes bombardeios que destruíram não só imóveis, mas também hospitais e escolas. O bloqueio das fronteiras dificultou o acesso a alimentos e remédios, complicando ainda mais a vida dos civis. O governo israelense justifica suas ações como uma tentativa de resgatar reféns e desmantelar o Hamas, que tomou o controle de Gaza.
O recente ataque à tenda de jornalistas também gerou forte condenação de diversos grupos e organizações, que exigem uma resposta da comunidade internacional e organismos de direitos humanos para interromper os crimes de guerra cometidos por Israel. Apesar das pressões internacionais, as autoridades israelenses mantêm sua postura, reafirmando que não haverá criação de um Estado palestino.
Nesse ambiente de tensão e incerteza, os jornalistas em Gaza continuam a enfrentar desafios imensos, lutando não apenas por suas vidas, mas também pela verdade que buscam relatar ao mundo.