INTERNACIONAL – Israelense ataca locais de ajuda humanitária e deixa 40 mortos em Gaza, enquanto ONU denuncia métodos de distribuição como letais e inadequados.



Na manhã desta segunda-feira, 16 de outubro, um ataque aéreo israelense resultou na morte de pelo menos 40 pessoas em Gaza, com metade das vítimas atingidas próximo a um ponto de distribuição de ajuda administrado pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), uma organização respaldada pelos Estados Unidos. O Ministério da Saúde de Gaza confirmou os números, enquanto autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) criticam as abordagens adotadas por Israel na distribuição de ajuda humanitária na região.

Fontes médicas relataram que, em Rafah, ao menos 20 indivíduos foram mortos e cerca de 200 feridos na área em torno deste posto de ajuda. Esse incidente se junta a uma série de tiroteios violentos que têm ceifado a vida de centenas de palestinos que buscavam alimentos desde a implementação do novo sistema de distribuição de ajuda por parte de Israel. Este sistema surge após um bloqueio quase total que durou cerca de três meses.

Israel delegou a responsabilidade pela entrega da ajuda humanitária à GHF, que opera três centros em áreas protegidas por tropas israelenses. Contudo, a ONU se opõe a esse plano, alegando que a operação da GHF não atende aos princípios de imparcialidade humanitária e expõe os cidadãos a riscos elevados devido às condições impostas.

Até o momento, não houve um posicionamento oficial dos militares israelenses sobre os relatos dos tiroteios ocorridos nesta manhã. Em situações passadas, soldados israelenses reconheceram ter disparado próximo aos centros de ajuda, justificado suas ações ao afirmarem que eram provocados por militantes.

Os parentes das vítimas dirigiram-se ao Hospital Nasser para prestar homenagens, criando uma cena de tristeza profunda, especialmente entre mulheres e crianças que choravam ao lado de corpos envoltos em lençóis brancos. Ahmed Fayad, um dos que estavam na busca por ajuda, expressou seu desespero: “Fomos até lá pensando que conseguiríamos ajuda para alimentar nossos filhos, mas foi uma armadilha, uma matança. Aconselho a todos: não vão para lá.”

O chefe da Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA), Philippe Lazzarini, denunciou em uma postagem nas redes sociais que “dezenas de pessoas foram mortas e feridas nos últimos dias, incluindo aqueles famintos que tentavam acessar um sistema de distribuição letais”.

Até a adoção desse novo sistema, a ajuda era gerenciada em sua maioria por organizações da ONU, que mantinham diversos postos de distribuição ao longo do território de Gaza. Israel justifica a restrição na entrega de alimentos com a alegação de que o Hamas estaria desviando assistência, uma acusação que o grupo militante nega, afirmando que Israel utiliza a fome como uma arma.

O Ministério da Saúde de Gaza revelou que desde o início das operações da GHF, mais de 300 pessoas já perderam a vida e mais de 2.600 foram feridas nas proximidades dos locais de distribuição. Em Genebra, Volker Turk, chefe de direitos humanos da ONU, solicitou investigações sobre os ataques fatais próximos a esses centros, denunciando que “os meios e métodos de guerra de Israel estão causando um sofrimento indescritível aos palestinos em Gaza”.

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