O Hamas, movimento que controla Gaza, denunciou o que chama de massacres deliberados contra civis, estimando que muitos falecem em pontos de distribuição de alimentos. Essas alegações são corroboradas por dados da Cruz Vermelha, que indicam que a maioria dos feridos buscava assistência nos locais onde deveriam ser acolhidos. A situação humanitária em Gaza se agrava ainda mais devido ao bloqueio imposto por Israel, que restringiu a entrada de ajuda humanitária desde março. Embora em semanas recentes tenha permitido algumas remessas, a ONU alerta que o volume é insuficiente para atender às necessidades de cerca de dois milhões de habitantes.
As Forças Armadas de Israel justificam suas ações alegando a necessidade de evitar que a ajuda humanitária chegue ao Hamas, enquanto a ONU pede um aumento significativo na já restringida entrada de suprimentos, solicitando a permissão de 6 mil caminhões para aliviar o sofrimento da população.
Além disso, as operações do Exército israelense em Gaza continuam, com foco na recuperação dos reféns mantidos pelo Hamas. O governo israelense afirma que não se esqueceu dos cerca de 220 cidadãos sequestrados durante o ataque surpresa do Hamas em 7 de outubro, que resultou na morte de 1,2 mil israelenses. O Hamas, por sua vez, defende que seu ataque foi uma resposta ao cerco prolongado de mais de 17 anos e às ocupações territoriais por Israel.
Esse ciclo de violência, que muitos observadores classificam como genocídio, começou com o ataque do Hamas, intensificado pelas contundentes retaliações israelenses. O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tem incentivado uma estratégia de ocupação permanente da Faixa de Gaza, vislumbrando não apenas a neutralização do Hamas, mas também mirando a emigração forçada de palestinos da região.
Essa complexa e trágica situação, marcada por intensa violência e grave deterioração das condições de vida, continua a receber a atenção do mundo, enquanto a comunidade internacional busca formas de intervir e evitar um colapso humanitário maior.