De acordo com autoridades de saúde local, os ataques deste domingo resultaram na morte de pelo menos 18 pessoas, sendo que 13 delas foram atingidas enquanto tentavam obter alimentos em um centro de ajuda e pelo menos duas em suas residências na metrópole gazuí. O porta-voz militar israelense informou que está revisando esses relatos de vítimas civis.
Os moradores do bairro de Sheikh Radwan, um dos mais populosos da Cidade de Gaza, relataram que os bombardeios por parte de tanques e aéreos israelenses foram constantes ao longo do final de semana, obrigando muitos a se refugiarem em áreas menos atacadas da cidade. Nas últimas três semanas, os militares de Israel ampliaram seus ataques na região, encerrando extensas pausas humanitárias que permitiam a entrega de suprimentos, o que resultou na classificação do local como uma “zona de combate perigosa”.
Um morador, Rezik Salah, expressou desesperança diante do conflito, afirmando que as forças israelenses estão avançando para o núcleo da cidade, onde habitam centenas de milhares de civis, enquanto os bombardeios visam criar terror e forçar a população a fugir.
Uma reunião do gabinete de segurança de Netanyahu foi convocada para discutir os próximos passos da ofensiva, que ele considera vital para desmantelar o Hamas em Gaza, descrito como seu último bastião. Entretanto, uma grande ofensiva pode demorar semanas, pois as autoridades israelenses afirmam que desejam garantir a evacuação da população civil antes de mobilizar mais tropas.
Ghada, uma mãe de cinco filhos, destacou que muitos estão em busca de abrigo com parentes, mas os locais no sul já estão superlotados devido aos deslocamentos em massa. A chefe da Cruz Vermelha, Mirjana Spoljaric, alertou que uma evacuação da cidade causaria um deslocamento sem precedentes que a estrutura da Faixa de Gaza não conseguiria acomodar, especialmente em um contexto de extrema escassez de alimentos, abrigo e suprimentos médicos.
Atualmente, cerca de metade dos mais de 2 milhões de palestinos reside na Cidade de Gaza, e estimativas indicam que milhares já deixaram a cidade em busca de segurança em áreas centrais e do sul da região. No entanto, as forças armadas de Israel avisaram que a operação pode estar colocando em risco a vida dos reféns mantidos pelo Hamas, enquanto crescem os protestos em Israel, clamando pelo fim da guerra e a libertação dos capturados.
A ONG local relatou que a campanha militar de Israel resultou na morte de mais de 63 mil pessoas, a maioria civis, e a situação humanitária na região culminou em um colapso, com grandes partes da Palestina em ruínas, expandindo as necessidades de assistência humanitária para sua população já devastada. As manifestações se intensificaram, refletindo a crescente insatisfação popular diante do conflito e suas consequências.