Os estudiosos enfatizam que a gravidade da situação em Gaza, caracterizada pela morte e ferimentos de milhares de crianças, ultrapassa os limites da guerra convencional e se situa dentro da definição de genocídio, conforme estabelecido pela Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio de 1948. A IAGS argumenta que a destruição das condições essenciais para a sobrevivência da população palestina — incluindo a privação de alimentos, água e atendimento médico — demonstra uma intenção deliberada de exterminar uma etnia.
Israel, por sua vez, rechaçou as denúncias, caracterizando a resolução da IAGS como uma distorção da realidade e uma repetição das narrativas do Hamas. Segundo o governo israelense, a resolução ignora a complexidade do conflito e as ameaças enfrentadas por Israel. Autoridades de Tel Aviv também ressaltaram que a atual resposta militar é direcionada ao Hamas, sem envolvimento em um genocídio contra a população civil de Gaza.
O documento da IAGS ressalta que a destruição sistemática da infraestrutura palestina, incluindo escolas e centros culturais, compromete a continuidade da identidade palestina e a história coletiva, resultando em um impacto intergeracional.
Além disso, a IAGS lembra que a atual crise humanitária levou Gaza a atingir o nível 5 de fome, o mais crítico segundo a classificação internacional de segurança alimentar. A iminente catástrofe humanitária é consequência da restrição da ajuda e da destruição deliberada de municípios e de sistemas de produção alimentícia.
Neste cenário tenso, diversas organizações de direitos humanos internacionais, como Anistia Internacional e Human Rights Watch, apoiam as alegações da IAGS e consideram as ações israelenses em Gaza como genocídio. A declaração da IAGS e a resposta de Israel colocam o foco numa questão complexa e polarizadora, que continua a mobilizar a atenção mundial e provoca intensos debates sobre a natureza e as consequências do conflito.