A secretária para a América Latina e Caribe do Itamaraty, Gisela Padovan, destacou que a Bolívia está na fase final do processo de entrada no Mercosul e que a expectativa é de que o Senado boliviano aprove a inclusão do país ainda nesta tarde. Uma vez aprovado, a Bolívia se tornará o sexto membro efetivo do bloco, mesmo com a suspensão da Venezuela por tempo indeterminado.
Segundo Gisela, a adesão da Bolívia é o principal tema da cúpula, onde o país terá quatro anos para cumprir as condicionantes necessárias para se tornar membro pleno, incluindo questões comerciais e de manutenção da democracia.
Além disso, o governo brasileiro expressou solidariedade ao presidente boliviano Luis Arce após uma tentativa de golpe frustrada na semana passada. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende visitar a Bolívia logo após a cúpula e terá reuniões bilaterais com Arce, além de encontros com empresários brasileiros e bolivianos para discutir questões de fronteira, migração e segurança, especialmente em relação ao narcotráfico.
Durante a cúpula, serão firmados novos acordos comerciais, incluindo um para ampliar a capacidade da Usina Hidrelétrica de Jirau, além de fomento à produção cinematográfica e cooperação na prevenção de desastres naturais, que se tornaram cada vez mais relevantes globalmente.
Entretanto, houve um desapontamento por parte do Itamaraty devido à decisão do presidente argentino Javier Milei de não comparecer à cúpula. Esta será a primeira vez que um chefe de Estado deliberadamente não estará presente, causando lamentação por parte dos representantes do bloco. Ainda assim, a ausência do presidente argentino não deve afetar substancialmente o andamento da cúpula, devido à maturidade do Mercosul.