A HRW argumenta que o governo americano desconsiderou abusos significativos em relação a nações amigas, destacando que, em contrapartida, a situação de países como o Brasil e a África do Sul, que têm sofrido ataques da Casa Branca, é retratada de maneira alarmante, indicando um agravamento das condições de direitos humanos. Sarah Yager, diretora da HRW em Washington, descreveu o relatório do Departamento de Estado como uma “arma” que minimiza os abusos cometidos em nações com as quais os EUA mantêm relações estreitas, ao mesmo tempo que enfatiza falhas em governos adversários.
O relatório destaca que, em se tratando do Brasil, houve uma suposta piora no cenário, enfatizando a restrição à liberdade de expressão, especialmente em relação a investigações do Supremo Tribunal Federal (STF) contra grupos que questionam a legitimidade do sistema eleitoral. As análises sugerem que esses discursos estão sendo utilizados para sustentar a narrativa de um clima de censura e perseguição política, muitas vezes descontextualizados e distorcidos por setores da extrema-direita.
Em relação a Israel, a HRW observou que a documentação americana ignora a gravidade da situação de deslocamento forçado de palestinos em Gaza e o uso da fome como estratégia bélica. Para El Salvador, as críticas são contundentes, uma vez que o governo de Nayib Bukele é acusado de prisões arbitrárias e de medidas que ferem as liberdades civis, enquanto o relatório oficial minimiza essas questões.
Por fim, em meio ao discurso do governo Trump, a Hungria e a África do Sul também são mencionadas como nações onde os direitos humanos estão sendo comprometidos, mas as violações em relação a essas sociedades não recebem a mesma atenção que as de outros Estados.
Esses dados e análises levantam questionamentos sobre a credibilidade do relatório e revelam a complexidade das relações internacionais no que diz respeito à defesa dos direitos humanos. As críticas feitas pela HRW ressaltam a necessidade de uma análise mais honesta e abrangente das realidades enfrentadas por diferentes países, especialmente em períodos de intensificação das divisões políticas e sociais.