INTERNACIONAL –

Guerra em Gaza: Palestinos sob Pânico com Ordens de Retirada em Meio a Bombardeios Intensos

Na terça-feira, 9 de outubro, a Cidade de Gaza, marcada por destruições e tragédias, foi alvo de uma intensa campanha de bombardeios israelenses, que lançou folhetos sobre a população local, exigindo que os habitantes deixassem a área. Israel anunciou que planeja obliterar regiões consideradas redutos do Hamas, o que gerou pânico entre os civis, que enfrentam dias de incerteza e medo.

Gaza, que antes da guerra abrigava aproximadamente um milhão de palestinos, tem sido o centro de um crescente conflito. Os bombardeios têm devastado torres residenciais e deixado os moradores temerosos em relação a um possível ataque que promete ser ainda mais letal. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fez um apelo direto à população: “Aproveitem esta oportunidade e saiam de lá!”, em um esforço para justificar as ações militares em curso.

Entretanto, a resposta dos habitantes tem sido de desespero e confusão. Com a cidade reduzida a escombros e a ameaça de bombardeios em toda a região, muitos afirmam que não há um lugar seguro para se refugiar. Alguns mencionam a possibilidade de se deslocar para o sul, mas o clima de insegurança e incerteza persiste, provocando uma hesitação em deixar suas casas. A frustração é palpável, especialmente entre os mais vulneráveis, como os pacientes doentes que se encontram em abrigos provisórios.

Bajess al-Khaldi, um paciente com câncer, expressou a angústia coletiva ao afirmar que “não há mais lugar, nem no sul, nem no norte, nada. Ficamos completamente presos”. Essa sensação de aprisionamento é acentuada pela lembrança da “Nakba”, ou “catástrofe”, evento que resultou na expulsão de centenas de milhares de palestinos durante a fundação de Israel em 1948.

O cenário atual em Gaza é de uma crise humanitária alarmante. De acordo com autoridades locais, mais de 64.000 vidas foram perdidas nesta nova fase do conflito, e Israel se defende das acusações de genocídio, citando seu direito de autodefesa após um ataque do Hamas, em 7 de outubro, que matou 1.200 israelenses.

Os hospitais em Gaza estão enfrentando colapsos, com a Al Shifa e a Al Ahli programadas para serem evacuadas. Entretanto, profissionais de saúde garantem que não deixarão os pacientes desassistidos. A situação de fome se agrava a cada dia, com a grande maioria da população já tendo sido deslocada em várias ocasiões desde o início do conflito.

Diante desse trágico panorama, as autoridades israelenses instruíram os cidadãos a se mudarem para uma “zona humanitária” designada ao sul, em Al-Mawasi, onde muitos já se encontraram forced a buscar abrigo. Em meio a essa escolha angustiante, Samed, uma mãe de cinco filhos, resumiu a dureza da situação: “Ficar e morrer em casa ou seguir as ordens de Israel e sair de Gaza e morrer no sul”. O futuro de muitos permanece incerto, enquanto a guerra continua a moldar o destino de Gaza e de seu povo.

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