INTERNACIONAL – Greve Nacional na Colômbia Exige Reforma Trabalhista Após Rejeição do Senado e Convocação de Manifestações pelo Presidente Gustavo Petro

As principais centrais sindicais da Colômbia organizam uma greve nacional de 48 horas nos dias 28 e 29 de setembro, em protesto à recente rejeição da reforma trabalhista pelo Senado. Essa reforma, que visava melhorias significativas nas condições de trabalho, foi desacreditada após a recusa da proposta do governo para realizar uma consulta popular sobre suas diretrizes. Entre os aspectos contestados estão a implementação de pagamentos adicionais para trabalhadores em turnos noturnos, aos domingos e feriados.

Após a rejeição do Senado, o presidente Gustavo Petro convocou manifestações e sugeriu uma greve geral, apontando que a votação foi manipulada. Ele criticou a Casa Legislativa por não ter levado em consideração a opinião pública e reafirmou seu compromisso com uma ampla mobilização social. A Central Unitária dos Trabalhadores (CUT) se manifestou em apoio à consulta popular e às reformas sociais, denunciando a resistência dos grupos oligarcas que, segundo eles, têm dificultado o avanço de propostas que beneficiam a população.

Em meio à mobilização, diversas cidades colombianas registraram manifestações que geraram distúrbios, incluindo bloqueios de vias e interrupções nos serviços de transporte. Em Bogotá, por exemplo, foram identificados 211 bloqueios na quarta-feira, um reflexo da insatisfação popular.

Além da greve, antes do início da paralisação, uma comissão do Senado havia votado a favor de uma proposta alternativa de reforma trabalhista. Essa proposta, embora similar à original, foi considerada regressiva pelas centrais sindicais e pelo grupo político que apoia o governo. A bancada do Pacto Histórico expressou sua indignação, afirmando que o novo texto representa uma derrota para aqueles que desejam um modelo de trabalho mais justo.

O presidente Petro anunciou que, caso o Senado não reconsidere a possibilidade de consultar a população sobre a reforma, ele pode editar um decreto para facilitar a consulta sem a aprovação legislativa, uma manobra que gerou polêmica. O presidente do Senado, Efraín Cepeda, defendeu a legitimidade da votação e reiterou que não permitirá a realização de uma consulta popular sem o devido processo legislativo.

Desde sua posse, Petro, o primeiro presidente de esquerda da Colômbia, tem buscado implementar reformas sociais que acredita serem essenciais para seu governo. No entanto, enfrenta grandes dificuldades, pois não possui a maioria no Congresso. Embora tenha alcançado avanços em áreas como previdência social e tributação, suas propostas nas áreas de saúde, educação e legislação trabalhista ainda foram rejeitadas. Com apenas um ano restante de mandato e sem possibilidade de reeleição, a pressão sobre Petro aumenta à medida que ele tenta implementar as reformas prometidas.

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