Ñáñez declarou que Rubio estaria, mais uma vez, enganando o presidente Donald Trump, sugerindo que ele apresentava um vídeo gerado por IA como uma evidência legítima. Juntamente com suas declarações, o ministro anexou uma análise técnica do clipe em questão, realizada pela plataforma de inteligência artificial Gemeni, que identificou a filmagem como “muito provável” de ter sido criada por um sistema de IA. O relatório apontou que a explosão do barco, visivelmente estilizada e semelhante a uma animação, não se assemelhava a eventos reais. Além disso, foi observada a presença de “artefatos de movimento”, falta de realismo nos detalhes e comportamento da água que parecia artificial.
O vídeo, que Rubio afirmou documentar um ataque militar americano a uma embarcação supostamente carregada de drogas, continha elementos como a marcação “SEM CLASSIFICAÇÃO” e uma marca d’água de origem desconhecida. Esses fatores foram igualmente identificados como comuns em conteúdos produzidos por IA. Essa situação coloca o incidente no epicentro de um debate crescente sobre a criação e o uso de deepfakes, cuja capacidade de enganar e desestabilizar relações internacionais é amplamente reconhecida.
Se as alegações venezuelanas forem comprovadas, a utilização de provas forjadas para legitimar ações militares ou sanções econômicas poderia estabelecer um perigoso precedente no cenário global. Até o momento, o Departamento de Estado dos EUA não se manifestou sobre as alegações de falsificação do vídeo.
Na mesma onda de eventos, Donald Trump anunciou que forças armadas americanas dispararam contra um barco vindo da Venezuela, supostamente envolvido no tráfico de drogas. O presidente, em um pronunciamento no Salão Oval, indicou que a operação resultou na destruição da embarcação, destacando que esta continha uma quantidade substancial de drogas. Contudo, faltaram detalhes sobre a operação, que se desenrolou em um contexto em que a Marinha dos Estados Unidos intensificou sua presença na região.
Trump mencionou a identificação da tripulação do barco como membros da gangue venezuelana Tren de Aragua, acusando o governo de Nicolás Maduro de estar por trás das atividades dessa organização criminosa, o que Caracas nega veementemente. Rubio corroborou a narrativa de Trump, enfatizando que a Venezuela é uma fonte significativa de drogas que chegam aos Estados Unidos, justificando assim a ação militar.
A decisão de destruir o barco, ao invés de apreendê-lo, sugere uma mudança de estratégia significativa nas táticas americanas de combate ao tráfico de drogas, lembrando ações contra grupos terroristas no passado. Com a intensificação das operações no Caribe, essa ação militar marca um novo capítulo na luta dos EUA contra o narcotráfico proveniente da Venezuela.
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