Os fundos soberanos, que são criados por algumas nações para acumular riquezas, são os principais alvos dessa proposta. Nações como Noruega, Emirados Árabes Unidos, China, Arábia Saudita, Kuwait e Catar mantêm entre os maiores do mundo. O objetivo é utilizar parte desses recursos para a conservação das florestas.
A proposta foi apresentada pelo Ministério do Meio Ambiente do Brasil e conta com números expressivos que dão suporte à sua viabilidade. O diretor do Serviço Florestal Brasileiro, Garo Batmanian, argumentou que os fundos soberanos detêm cerca de US$ 12 trilhões, sendo que 13 dos maiores fundos possuem US$ 8,8 trilhões, o que representa uma oportunidade significativa para a conservação das matas. A proposta sugere um aporte inicial de US$ 250 bilhões para que o fundo comece a funcionar, um valor que representa menos de 20% dos ativos dos maiores fundos soberanos.
Denominado de Fundo Floresta Tropical para Sempre (FFTS), o fundo proposto seria alimentado não apenas pelos fundos soberanos, mas também pela indústria de petróleo e pelo investimento privado em geral. A ideia é que os recursos gerados pelo FFTS sejam utilizados em projetos para preservação das florestas tropicais e para o desenvolvimento econômico das populações que dependem delas.
Além disso, a proposta prevê a imposição de critérios para que os países com florestas tropicais possam ter acesso aos recursos. Será necessário manter taxas de desmatamento muito baixas, desenvolver mecanismos transparentes para alocação do dinheiro e ter métodos confiáveis de medição da cobertura florestal.
A crise climática global, desencadeada em grande parte pelo desmatamento e pela redução das coberturas florestais, tem sido um dos principais pontos de preocupação de cientistas, governos e sociedades em todo o mundo. A proposta apresentada pelo governo brasileiro na COP28 visa não apenas conter o avanço do problema, mas também promover a sustentabilidade das florestas tropicais e o bem-estar das populações que delas dependem.