Em carta enviada aos presidentes dos países integrantes do Brics, Milei justificou a decisão afirmando que muitos eixos da política exterior atual diferem da administração anterior. No entanto, a carta enviada ao Brasil reitera o compromisso do governo argentino com a intensificação dos laços bilaterais, em particular com o aumento dos fluxos de comércio e de investimento.
A recusa da Argentina em fazer parte do Brics não foi uma surpresa, já que a então futura ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, havia publicado no Twitter que o país não se juntaria ao bloco. Fundado em 2006, o Brics tem uma população de cerca de 3,2 bilhões de pessoas e um Produto Interno Bruto total de US$ 24,7 trilhões. A decisão da Argentina de não integrar o bloco causou certa surpresa, uma vez que Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Irã e Emirados Árabes Unidos foram aceitos para ingressar no Brics a partir de 2024. Na ocasião, o então presidente Fernández havia afirmado que a Argentina se propunha a fazer parte do Brics devido ao contexto internacional que conferia uma relevância singular ao bloco.
Com a decisão da Argentina de se afastar do Brics, a configuração do bloco sofre alterações, mas a relevância geopolítica e financeira do grupo segue como uma importante referência internacional. A notícia foi confirmada pelo presidente Javier Milei, que assumiu a Casa Rosada em 10 de dezembro. A formalização da recusa em se juntar ao Brics era esperada desde a publicação da futura ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, no Twitter. As estimativas do Banco Mundial mostram que os países do Brics têm um impacto significativo na economia global, com a China apresentando o segundo maior PIB do mundo, seguida pela Índia, Rússia, Brasil e África do Sul.