A presidência do G20, que reúne as 19 maiores economias do mundo, juntamente com a União Europeia e a União Africana, reconheceu a existência de divergências significativas entre os membros em relação a esses temas. “Alguns membros e outros participantes consideraram que essas questões têm impacto na economia global e devem ser tratadas no G20, enquanto outros não acreditam que o G20 seja o fórum apropriado para discuti-las,” afirmou o comunicado.
Com base nessa realidade, a presidência brasileira declarou que coordenará a “discussão sobre essas questões entre os ‘sherpas’ nos próximos meses, em preparação para a Cúpula de Líderes do Rio de Janeiro”. No contexto do G20, ‘sherpas’ são representantes pessoais dos chefes de Estado ou de Governo, responsáveis pela preparação das cúpulas internacionais.
O comunicado também reforçou a importância do papel do G20 como uma plataforma eficiente de cooperação global, citando a Declaração de Líderes de Nova Délhi, na qual o grupo expressou profunda preocupação com o sofrimento humano resultante de guerras e conflitos ao redor do globo. Naquela declaração, os líderes comprometeram-se a evitar o uso da força para adquirir territórios e consideraram inadmissível a ameaça ou uso de armas nucleares.
Desde Nova Délhi, as tensões e a intensidade dos conflitos no Oriente Médio aumentaram. O Brasil classificou o atual conflito como genocídio, destacando a enorme destruição e a perda de milhares de vidas, incluindo muitas crianças.
O G20 é composto por Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, República da Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos, além da União Europeia. Juntos, esses membros representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) global, mais de 75% do comércio mundial e aproximadamente dois terços da população mundial.
Desde sua criação, em 1999, e mais intensamente a partir de 2008, os países revezam-se na presidência do grupo. Esta é a primeira vez que o Brasil assume a presidência do G20 no formato atual, configurando uma responsabilidade histórica e uma oportunidade de influenciar discussões de relevante impacto econômico e social em nível global.
