Em entrevista concedida na quinta-feira (25), a embaixadora Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda e coordenadora da Trilha de Finanças do G20, ressaltou a importância de trazer esses temas para o centro das discussões. “Tivemos no Brasil tragédias recentes, como as enchentes no Rio Grande do Sul, a seca na Amazônia e os incêndios no Pantanal”, apontou Rosito, sublinhando a urgência de soluções sustentáveis para esses problemas.
Antes do encerramento oficial do encontro, os participantes ainda deverão debater a arquitetura financeira internacional e a reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento, uma prioridade para o Brasil. Além do comunicado final, também serão divulgadas declarações do Ministério da Fazenda e da presidência brasileira do G20, sendo esta última voltada para questões geopolíticas.
No fim do primeiro dia da reunião, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antecipou que o texto final do encontro incluirá um reconhecimento da necessidade de aprofundar as discussões sobre a taxação dos super-ricos, um tema que agora integra a agenda internacional.
Esta reunião faz parte da intensa programação de atividades do G20, realizada no Rio de Janeiro. As delegações participantes abordaram perspectivas para o crescimento econômico, o processo de desinflação, geração de emprego, regulação do sistema financeiro e tributação internacional. Além disso, a relação entre políticas macroeconômicas e desigualdades foi amplamente discutida, contando com grande aceitação, segundo Rosito.
A reunião conta com a participação de 77 delegações, incluindo membros do G20, países convidados e organizações internacionais. Entre os inscritos, são mais de 470 delegados presentes. Vale lembrar que as 19 maiores economias do mundo, junto com a União Europeia e recentemente a União Africana, compõem o G20, que se consolidou como um fórum global de diálogo e coordenação sobre temas econômicos, sociais, de desenvolvimento e cooperação internacional.
Assumindo a presidência do G20 em dezembro do ano passado, o Brasil sucedeu a Índia, marcando a primeira vez que o país ocupa essa posição no formato atual do grupo, estabelecido em 2008. No fim deste ano, o Rio de Janeiro sediará a Cúpula do G20, ocasião em que a presidência será transferida para a África do Sul. Este evento será crucial para definir os próximos passos nas áreas discutidas, reafirmando o compromisso global com o desenvolvimento sustentável e a cooperação internacional.
