INTERNACIONAL – Fronteiras do Brasil, Argentina e Paraguai são reforçadas após Operação Contenção no Rio de Janeiro; medo de narcoterroristas aumenta na região.

Após a execução da Operação Contenção pelas forças de segurança do estado do Rio de Janeiro, os governos da Argentina e do Paraguai intensificaram o patrulhamento em suas fronteiras com o Brasil. A operação, que visou combater o crime organizado nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio, resultou em uma série de consequências que ultrapassaram as fronteiras brasileiras.

A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, anunciou o aumento do efetivo das tropas federais na fronteira em uma postagem nas redes sociais. Segundo ela, essa medida preventiva foi adotada para proteger os cidadãos argentinos de possíveis desvios de criminosos oriundos dos confrontos no Rio. Em um ofício enviado à secretária de Segurança Nacional, Bullrich referiu-se aos membros do Comando Vermelho, uma das facções mais poderosas do Brasil, como “narcoterroristas”. A ministra enfatizou a importância de uma colaboração estreita entre as polícias dos três países para enfrentar essa ameaça.

Já o Paraguai, também alarmado com a situação, decidiu implementar medidas extraordinárias de vigilância em sua fronteira. O Conselho de Defesa Nacional (Codena) do país emitiu um comunicado afirmando que as ações tinham como foco evitar a entrada de membros do Comando Vermelho que poderiam tentar escapar da ação policial no Brasil. Desde o início da operação, as autoridades paraguaias se mobilizaram para reforçar a segurança na área limítrofe.

A Operação Contenção, que mobilizou cerca de 2,5 mil policiais, é considerada uma das mais brutais dos últimos 15 anos no Brasil, resultando em aproximadamente 120 mortes, incluindo quatro policiais. O governo do estado caracterizou a operação como um sucesso, afirmando que a maioria dos mortos reagiu com violência às abordagens, enquanto os que se entregaram foram detidos. No total, foram efetuadas 113 prisões e apreendidas 118 armas, além de 1 tonelada de entorpecentes.

Entretanto, a operação gerou protestos e denúncias de abusos, com moradores relatando cenas de horror, incluindo resgates de corpos com sinais de execução. Nas comunidades afetadas, o clima de pânico foi palpável, refletindo a complexidade da luta contra o crime organizado no Brasil e suas consequências para a segurança regional. As reações internacionais destacam a interconexão das dinâmicas de segurança pública entre países da América do Sul e os desafios enfrentados em um contexto de crescente violência.

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