O projeto, batizado de “The Belem Call for the Forests of the Congo Basin”, conta com o apoio de várias nações, incluindo França, Alemanha, Noruega, Bélgica e Reino Unido. O documento que delineia essa proposta foi assinado em 6 de novembro e visa não apenas proteger a segunda maior floresta tropical do planeta, mas também mobilizar recursos adicionais que serão canalizados para a gestão sustentável desse ecossistema vital.
Os signatários do documento se comprometem a desenvolver uma abordagem que envolva não só financiamento, mas também assistência técnica, treinamento e parcerias destinadas a ajudar os países africanos a reduzir o desmatamento. Este é um passo importante, uma vez que florestas tropicais como as do Congo, Amazônia e Bacia do Bornéu estão sob constante ameaça devido à expansão agrícola, exploração madeireira e atividades mineradoras. Essas intervenções têm impactos diretos nas emissões de gases de efeito estufa, comprometendo os esforços globais de mitigação das mudanças climáticas.
Entretanto, a nova iniciativa pode desviar a atenção do principal foco da COP30, que está centrado na criação de um fundo florestal global proposto pelo Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatiza que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) oferece um modelo inovador de financiamento que permite investimentos escaláveis, ao invés de dependência de doações pontuais.
Embora os objetivos de ambas as iniciativas sejam distintos, a ocorrência de dois fundos rivais pode complicar a dinâmica das negociações climáticas, segundo especialistas no assunto. Notavelmente, a Noruega já prometeu uma contribuição de US$ 3 bilhões ao TFFF, enquanto a França considera investir até 500 milhões de euros nesse esforço.
Esse novo panorama revela a complexidade das discussões sobre mudança climática, destacando não apenas as urgências em salvar florestas tropicais, mas também a necessidade de uma cooperação internacional coordenada para enfrentar desafios globais de grande magnitude.
