INTERNACIONAL – EUA Vetam Cessar-Fogo Imediato e Ajuda Humanitária em Resolução da ONU sobre Conflito em Gaza

Na última quarta-feira, 4 de outubro, os Estados Unidos exerceram seu veto em relação a um projeto de resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que pedia um “cessar-fogo imediato, incondicional e permanente” entre Israel e o Hamas em Gaza. O texto, que obteve o apoio unânime dos outros 14 membros do conselho, também requeria a liberação da ajuda humanitária em um enclave que abriga mais de 2 milhões de pessoas, devastado por meses de conflitos.

A embaixadora interina dos EUA na ONU, Dorothy Shea, justificou a posição de Washington, afirmando que os Estados Unidos não apoiariam nenhuma iniciativa que não condenasse o Hamas e não exigisse o desarmamento do grupo. Para ela, essas condições são fundamentais e essenciais para os esforços do país em mediar um cessar-fogo na região.

O veto norte-americano é emblemático da aliança histórica entre os Estados Unidos e Israel, sendo os EUA os principais fornecedores de armamentos do país no Oriente Médio. A decisão acontece em um contexto tenso, onde Israel recomeçou sua ofensiva em Gaza, após o fim de uma trégua que durou cerca de dois meses. De acordo com autoridades de saúde de Gaza, os recentes ataques israelenses resultaram na morte de pelo menos 45 pessoas em um único dia, enquanto o exército israelense confirmou a morte de um de seus soldados durante os confrontos.

Barbara Woodward, embaixadora do Reino Unido na ONU, criticou a postura israelense, que inclui a expansão das operações militares e a restrição severa à ajuda humanitária, considerando tais ações “injustificáveis, desproporcionais e contraproducentes”. A posição de Israel é de rejeitar um cessar-fogo incondicional, alegando que o Hamas não pode continuar a existir em Gaza. O embaixador israelense na ONU, Danny Danon, dirigiu-se aos países que apoiaram a resolução, acusando-os de escolher um caminho que não levaria à paz, mas sim à perpetuação do terrorismo.

Em resposta ao veto dos EUA, o Hamas condenou a decisão, caracterizando-a como uma demonstração da “preferência cega” da administração americana por Israel. A resolução também contemplava a libertação imediata e incondicional de todos os reféns em poder do grupo. O desenrolar dessa situação é acompanhado com apreensão pela comunidade internacional, que teme um agravamento ainda maior da já crítica crise humanitária em Gaza.

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