INTERNACIONAL – EUA suspendem vistos de visita para cidadãos de Gaza em meio a críticas e tensão crescente após ataques do Hamas e ofensivas israelenses.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou a suspensão de todos os vistos de visita para cidadãos da Faixa de Gaza, alegando a necessidade de uma revisão “completa e minuciosa” da situação. Esta decisão gerou forte reação entre grupos em defesa dos direitos palestinos, que a condenaram veementemente.

De acordo com informações do departamento, apenas um pequeno número de vistos médicos e humanitários temporários foi concedido recentemente, embora não tenha sido fornecido uma quantidade exata desses vistos. Em 2025, até agora, mais de 3.800 vistos B1/B2 foram emitidos para cidadãos portadores de documentos de viagem da Autoridade Palestina, permitindo que estrangeiros busquem tratamento médico nos EUA. Esses dados refletem uma análise dos números mensais disponíveis no site do Departamento de Estado, onde se registra que, só em maio, foram emitidos 640 vistos.

Os documentos de viagem da Autoridade Palestina são destinados aos habitantes da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. No entanto, o site do departamento não faz uma distinção entre os dois territórios, levantando questões sobre a transparência da ação.

A suspensão dos vistos se segue a uma declaração polêmica de Laura Loomer, ativista de direita próxima ao ex-presidente Donald Trump, que recentemente fez afirmações nas redes sociais sobre palestinos supostamente refugiados que entraram nos EUA. Esses comentários suscitaram uma onda de indignação entre alguns membros do Partido Republicano, levando figuras como o deputado Chip Roy a se manifestar em busca de esclarecimentos, enquanto o deputado Randy Fine descreveu a situação como um potencial “risco à segurança nacional”.

Organizações como o Conselho de Relações Americanos-Islâmicos também criticaram a medida, interpretando-a como mais um exemplo da “crueldade intencional” do governo anterior em relação aos palestinos.

A Faixa de Gaza atualmente enfrenta uma devastação severa em decorrência de um conflito que eclodiu em 7 de outubro de 2023, quando o grupo Hamas lançou um ataque que resultou na morte de 1.200 israelenses e na captura de 251 reféns, segundo autoridades de Israel. Desde então, a resposta militar de Israel resultou na morte de mais de 61 mil palestinos, de acordo com dados fornecidos por fontes de saúde locais.

Enquanto os EUA não dão indicações de que aceitem palestinos deslocados pela guerra, informações preliminares indicam que o Sudão do Sul e Israel estão em discussões para um possível plano de reassentamento para a população palestina afetada pelo conflito.

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