INTERNACIONAL – EUA Reafirmam Doutrina Monroe e Intensificam Rivalidade com a China na América Latina em Nova Estratégia de Segurança Nacional

Na última sexta-feira, o governo dos Estados Unidos anunciou a nova Estratégia Nacional de Segurança, que reafirma a Doutrina Monroe, enfatizando a posição dominante de Washington no Hemisfério Ocidental, que abrange as Américas do Sul, Central e do Norte. O documento, publicado pela Casa Branca, expressa que os EUA buscarão restaurar sua influência na região após anos de descaso e enfatiza a proteção dos interesses americanos.

Em palavras diretas, o texto afirma que os EUA se comprometerão a impedir que potências externas, especialmente a China, estabeleçam uma presença ameaçadora na região. Especialistas interpretam esse movimento como uma resposta à crescente influência econômica de Pequim nas Américas. Alexandre Pires, professor de relações internacionais, observa que essa estratégia marca um recado claro à China, indicando um esforço americano para reverter a ampliação da influência chinesa.

Historicamente, a Doutrina Monroe tem sido um pilar da política externa dos EUA desde sua formulação em 1823, quando os Estados Unidos surgiram como uma nova potência no cenário global. O princípio central de que “a América é para os americanos” foi inicialmente concebido para limitar a intervenção europeia na América Latina. O novo documento se refere a um “Corolário Trump”, que representa uma releitura desta doutrina clássica do século XIX, visando expandir a presença americana e conter a influência de governos que não estejam alinhados com os interesses dos EUA.

Os objetivos delineados na nova política incluem garantir acesso estratégico a locais de importância e garantir que empresas americanas tenham prioridade sobre concorrentes estrangeiros na construção de infraestrutura na região. Pires chama atenção para o impacto que isso terá sobre a soberania dos países latino-americanos, sugerindo que tais políticas podem dificultar acordos com potências fora do Hemisfério, caso contrariem interesses norte-americanos.

O documento também destaca que funcionários do governo dos EUA em embaixadas serão instruídos a favorecer as empresas americanas, promovendo uma cooperação mais estreita entre o setor público e privado. A Casa Branca enfatiza que acordos comerciais com países da região devem priorizar empresas americanas e que a questão da segurança é igualmente crucial, envolvendo desde vendas de armamentos até exercícios conjuntos.

Com esta nova abordagem, os Estados Unidos buscam reafirmar sua influência na América Latina em um contexto geopolítico cada vez mais desafiador, onde a participação da China na região não pode ser subestimada. A estratégia sugere que Washington está disposto a tomar medidas fortes para garantir que sua influência se mantenha prevalente, ao mesmo tempo em que reforça suas relações com aliados e parceiros na busca de um espaço geopolítico mais seguro para os interesses americanos.

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