INTERNACIONAL – EUA Influenciam Eleições em Honduras: Contagem de Votos Recomeça Após Acusações de Interferência de Trump e Pedido de Anulação pelo Partido Governista.

Na última segunda-feira, o Conselho Nacional Eleitoral de Honduras (CNE) reiniciou a contagem manual dos votos da recente eleição presidencial, que estava paralisada havia três dias. A suspensão do processo ocorreu em meio a alegações de interferência do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que manifestou apoio ao candidato que lidera a corrida, Nasry Tito Asfura, com uma vantagem de apenas 19 mil votos.

Ana Paula Hall, presidente do CNE, afirmou que a contagem recomeçou após a realização de ações técnicas e auditorias externas. O cenário ficou ainda mais tenso quando Trump, em uma rede social, lançou acusações infundadas de que o órgão eleitoral tentava manipular os resultados. Ele alertou que, caso houvesse essa tentativa, “consequências terríveis” seriam impostas.

O partido governista, Libre, liderado pela presidente Xiomara Castro, criticou duramente a ingerência de Trump e até chegou a solicitar a anulação do pleito, alegando que a intervenção do presidente americano comprometeu a lisura do processo eleitoral. O comunicado do partido enfatiza a condenação à coação exercida por Trump e menciona o indulto concedido a Juan Orlando Hernández, ex-presidente de Honduras e condenado por narcotráfico nos EUA, como um ato que influenciou o clima eleitoral.

Hernández, filiado ao Partido Nacional, a mesma legenda de Asfura, passou recentemente a ser alvo de críticas. Com 67 anos e um histórico político marcado por controvérsias, Asfura já foi prefeito de Tegucigalpa. O partido de Castro denunciou que foram enviadas dezenas de milhares de mensagens através das redes sociais para ameaçar cidadãos que não votassem em Asfura, insinuando que poderiam ficar sem as remessas de hondurenhos vivendo nos EUA.

O sistema eleitoral hondurenho é baseado em uma contagem manual de cédulas. Até o momento, com cerca de 88% dos votos apurados, Asfura conquistou 40,2% do total, enquanto Salvador Nasralla, do Partido Liberal, aparece com 39,51%. A candidata Rixi Moncada, do partido Libre, segue em terceiro lugar, com 19,28%. É importante destacar que as eleições hondurenhas não preveem segundo turno; vence quem obtiver a maioria dos votos na primeira rodada.

A análise da influência de Trump sobre a política hondurenha remete a uma estratégia mais ampla dos EUA na América Latina, conforme avalia o professor de relações internacionais Gustavo Menon. Ele aponta que a postura do ex-presidente americano visa não apenas restringir a influência da China na região, mas também garantir que candidatos alinhados a seus interesses predominem. Essa dinâmica ressalta a complexidade das relações entre os dois países e a importância das eleições hondurenhas no cenário geopolítico da América Central.

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