Em uma postagem publicada recentemente, a embaixada fez menção a “abusos de autoridade” que têm minado as liberdades fundamentais no Brasil, insinuando que tomaria “medidas cabíveis” em relação a Moraes. Esta declaração segue uma crítica anterior, em que a representação diplomática já havia atacado o ministro, chamando-o de “principal arquiteto da censura e perseguição” aos apoiadores de Bolsonaro, o que, segundo a embaixada, configura uma violação dos direitos humanos.
Essa escalada de retóricas levou o Itamaraty a convocar o encarregado de negócios da embaixada americana, Gabriel Escobar, para explicar as ameaças emitidas pelo governo dos EUA. No contexto mais amplo, o clima tenso está diretamente ligado ao julgamento do caso, que já é uma preocupação crescente entre líderes e cidadãos brasileiros, especialmente considerando a polarização que permeia o cenário político nacional.
Além disso, a embaixada republicou uma mensagem do subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado, Darren Beattie, que contextualizou esses eventos em relação ao Dia da Independência do Brasil, celebrado em 7 de setembro. O feriado provocou uma divisão nas comemorações: enquanto muitos celebravam a soberania nacional, outros, alinhados a Bolsonaro, pediam anistia para aqueles envolvidos em atos de vandalismo contra os Três Poderes.
A menção ao compromisso dos EUA em apoiar os valores de liberdade e justiça gerou reações polarizadas entre os internautas brasileiros. Enquanto alguns expressaram gratidão pela posição americana, a maioria considerou a declaração uma interferência inaceitável nos assuntos internos do Brasil. Esse episódio levantou questionamentos sobre a soberania nacional e a legitimidade das críticas americanas frente a ações locais.
A Agência Brasil tentou contato com a assessoria de Alexandre de Moraes para obter uma resposta oficial sobre o assunto, mas ainda aguarda um posicionamento. A situação reflete o clima tenso e divisivo que caracteriza não apenas a política brasileira, mas também as relações internacionais e as percepções sobre o papel dos EUA em contextos externos.