INTERNACIONAL – Eleitorado argentino se prepara para eleições em meio à crise cambial e inflação alta



O eleitorado argentino está se preparando para ir às urnas no próximo domingo (22) para escolher um novo presidente, em meio a uma crise cambial e uma alta inflação. Mais de 35 milhões de cidadãos estão aptos a votar.

A situação econômica tem se agravado na reta final da campanha eleitoral, influenciando a escolha dos eleitores. De acordo com os dados mais recentes, a inflação atinge 138,3% ao ano. Os preços dos alimentos têm subido mais de 150% desde o início do ano. Além disso, o valor do peso argentino em relação ao dólar tem declinado drasticamente. O câmbio paralelo atingiu a marca de 1 mil pesos por dólar, pressionando ainda mais a inflação e aumentando a taxa de pobreza, que já afeta mais de 40% da população do país.

Especialistas destacam que os problemas econômicos enfrentados pelos argentinos não são recentes e que as experiências dos últimos dez anos devem influenciar a decisão do eleitorado, principalmente entre os jovens. Nas últimas duas décadas, as correntes políticas predominantes na Argentina, o peronismo e o antiperonismo, se alternaram no governo sem conseguir solucionar a crise econômica.

Nesse contexto, cresceu a popularidade do economista Javier Milei, que foi o mais votado nas primárias de agosto, quando foram escolhidos os candidatos para a eleição presidencial. Milei se autodenomina “anarcocapitalista” e propõe a redução de subsídios, a diminuição do aparato estatal e a dolarização da economia. Seu discurso atrai sobretudo os jovens, que enxergam nele uma alternativa aos políticos tradicionais.

No entanto, a recente desvalorização do peso após a vitória de Milei nas primárias indica que suas propostas podem não ser bem recebidas pelos eleitores mais velhos e urbanos, que estão mais próximos das elites econômicas do país. Até o momento, as pesquisas apontam para a realização de um segundo turno, com representantes do macrismo e do peronismo kirchnerista disputando a liderança.

Os candidatos Sergio Massa e Patricia Bullrich também são fortes concorrentes. Massa é do partido peronista União pela Pátria e atual ministro da Economia da Argentina. Ele é considerado confiável para lidar com a crise econômica. Por sua vez, Bullrich é da coalizão Juntos pela Mudança e foi ministra da Segurança no governo Macri. Ela se apresenta como uma liberal linha dura.

Para vencer no primeiro turno, é necessário que um candidato obtenha pelo menos 45% dos votos válidos ou 40% com uma diferença de dez pontos sobre o segundo mais votado. Até o momento, as pesquisas não indicam a ocorrência de nenhuma dessas situações, sugerindo a realização de um segundo turno.

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