INTERNACIONAL – Eleições no Equador: 11 milhões de eleitores escolhem presidente em meio a onda de violência e apagões

Hoje, no Equador, em meio a uma atmosfera de violência, apagões e dificuldades econômicas, 11 milhões de equatorianos se preparam para escolher o próximo presidente do país e os 151 parlamentares da Assembleia Nacional para o período de 2025 a 2029. A disputa é acirrada, com o atual presidente, Daniel Noboa, enfrentando 15 candidatos, sendo a mais bem colocada nas pesquisas Luisa González, do partido Revolução Cidadã, liderado pelo ex-presidente Rafael Correa.

As pesquisas mostram resultados divergentes, com algumas indicando a vitória de Noboa e outras colocando González à frente no primeiro turno. Em 2023, Noboa venceu González no segundo turno, conquistando 52% dos votos e assumindo um mandato tampão de 15 meses após a dissolução do Parlamento pelo então presidente Guilherme Lasso.

Para analisar a situação política equatoriana, a socióloga Irene León, direto de Quito, destaca que Noboa, um megaempresário e herdeiro rico, foca em uma economia associada à visão anarcocapitalista libertária. Por outro lado, o grupo político de Correa propõe medidas para a reativação da economia com a participação do Estado. A disputa se intensifica, com a possibilidade de um segundo turno entre Noboa e González.

Além das questões políticas, o Equador enfrenta uma grave crise de segurança. Com um aumento de 588% nos homicídios em cinco anos, o país se tornou um dos mais violentos da América Latina. Salvador Schavelzon, antropólogo, ressalta que a questão da segurança tem dominado as discussões eleitorais, favorecendo as propostas de Noboa, que adotou uma postura de “mão dura” contra o crime.

Em meio a conflitos armados internos, explosões e episódios de violência, o Equador enfrenta desafios complexos que impactam a vida da população. As respostas do governo são questionadas, com críticos apontando que a abordagem de Noboa pode não ser eficaz a longo prazo. A violência afeta principalmente os mais pobres, enquanto os setores responsáveis pelo financiamento do crime organizado não são devidamente abordados.

Nesse cenário turbulento, os equatorianos se preparam para uma escolha crucial em sua história, que definirá os rumos do país nos próximos anos. A decisão nas urnas não se limita apenas à definição de um novo presidente, mas reflete também os desafios e as esperanças de uma nação em busca de estabilidade e progresso.

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