INTERNACIONAL – Eleições na Argentina: Crise econômica e escolha do novo presidente marcam votação deste domingo

Neste domingo (22), cerca de 35,3 milhões de argentinos estão aptos a votar nas eleições gerais do país. Além de escolher o novo presidente, os eleitores também irão eleger senadores, deputados e autoridades locais em algumas províncias. No entanto, o processo eleitoral ocorre em meio a uma crise econômica aguda que o país sul-americano enfrenta.

É importante ressaltar que o voto é obrigatório para pessoas entre 18 e 70 anos, sendo que a multa para quem não cumprir essa obrigação é baixa. Já para jovens de 16 a 18 anos e idosos acima de 70 anos, o voto é opcional. Nas eleições primárias de agosto, a abstenção foi de 30,4%, um recorde.

Para vencer já no primeiro turno, algum dos candidatos à Presidência precisa receber 45% dos votos válidos ou 40% desses votos e registrar uma vantagem de 10 pontos percentuais sobre o segundo colocado. Caso isso não ocorra, haverá um segundo turno entre os dois primeiros colocados, que está marcado para 19 de novembro.

Durante a campanha eleitoral, três candidatos se destacaram. O economista Jorge Milei, líder da coalizão conservadora La Libertad Avanza, é o favorito na maioria das pesquisas, com mais de 30% das intenções de voto. Milei se autodenomina “anarcocapitalista” e defende propostas como a redução de subsídios e do aparato estatal. No entanto, suas ideias radicais, como o fechamento do Banco Central e a dolarização da economia, são vistas como inviáveis por economistas moderados.

Em segundo lugar nas primárias, com 28%, está Sergio Massa, atual ministro da Economia da Argentina, que representa o partido peronista União pela Pátria. Massa é um político experiente, advogado e já foi presidente da Câmara dos Deputados. Apesar de ter assumido a pasta da Economia há um ano, Massa não foi diretamente responsabilizado pela crise atual do país.

Na vertente conservadora, Patricia Bullrich, ex-ministra da Segurança do governo Macri, representa a coalizão Juntos pela Mudança. Bullrich é uma cientista política e jornalista nascida em Buenos Aires e proveniente de uma família aristocrática com ligações históricas no comércio de gado. Ele se apresenta como uma liberal linha dura, enfatizando a “ordem” e passou a militância política após uma passagem pela Juventude Peronista.

Além da escolha do presidente, a eleição deste domingo também terá a renovação de metade da Câmara dos Deputados, ou seja, 130 cadeiras, e a escolha de 24 senadores, um terço do total do Senado. Quatro províncias terão eleições simultâneas para os executivos locais, sendo elas Buenos Aires, Catamarca, Santa Cruz e Entre Ríos. A Ciudad Autónoma de Buenos Aires também elegerá seus governantes.

Vale ressaltar que algumas províncias já realizaram eleições neste ano, enquanto outras elegeram suas autoridades em 2021, como Santiago Del Estero e Corrientes. Portanto, as eleições deste domingo são fundamentais para definir os rumos políticos e econômicos da Argentina em um momento de crise.

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