INTERNACIONAL – Documentário “Vai para a Argentina, Carajo!” explora a popularidade de Milei e o impacto na sociedade; estreia nesta quinta, com acesso gratuito no YouTube.

Nesta quinta-feira, 9 de novembro, estreia o documentário intitulado Vai para a Argentina, Carajo!, uma produção do Instituto Conhecimento Liberta (ICL) que promete provocar reflexões sobre a atualidade política argentina. Gravado em agosto deste ano, a obra analisa a ascensão do político Javier Milei, associando sua crescente popularidade aos meios de comunicação e a grupos econômicos tradicionais, apesar de sua retórica de ruptura com o status quo.

Para elaborar o documentário, o narrador Eduardo Moreira, sua esposa Juliana Baroni, que assume a direção ao lado do argentino Fabián Restivo, se aventuraram em Buenos Aires. Durante a produção, eles entrevistaram tanto críticos quanto apoiadores do governo que atualmente ocupa a Casa Rosada. Além das vozes dos habitantes, que vão desde o centro financeiro até os bairros periféricos, foram documentados os impactos e consequências das políticas econômicas de Milei.

O filme apresenta os efeitos do arrocho fiscal e dos cortes drásticos em áreas críticas como Cultura, Educação, Direitos Humanos, Ciência e Assistência Social. Baroni destaca que a obra se propõe a revelar uma “linguagem crua”, na qual o verdadeiro diálogo com o público se dá através de fatos e argumentos concretos, ajudando a derrubar barreiras ideológicas.

A estética do documentário foi moldada pela falta de financiamento externo; as filmagens foram realizadas com celulares, o que, segundo Baroni, aproxima ainda mais o espectador da experiência vivida. Além de imagens captadas nas ruas argentinas, o documentário utiliza artes geradas por inteligência artificial e clipes de redes sociais, incorporando discursos de Milei e as manifestações contrárias ao seu governo.

As ruas de Buenos Aires, frequentadas por protestos que se tornaram uma rotina às quartas-feiras, foram um foco particular da equipe. Em uma manifestação significativa, organizada em colaboração com o coletivo das Mães da Praça de Maio, cerca de 800 mil pessoas se reuniram para expressar sua insatisfação com os cortes em assistência pública e aposentadorias. As vozes ali reunidas clamavam por justiça social, buscando uma mobilização que Baroni observa ser vital para reerguer a força cívica argentina.

Embora a força dos protestos e a história política do país sejam centrais no filme, a equipe de produção enfrentou obstáculos para a divulgação, com plataformas como Facebook e YouTube restringindo anúncios críticos ao governo Milei. Esta luta pela veiculação se tornou um caso emblemático da censura contemporânea. Entretanto, o ICL conseguiu mobilizar seu público já fidelizado, prevendo um público considerável para o evento.

O documentário, de acesso gratuito no canal do ICL no YouTube, convida o espectador a participar de uma discussão mais ampla sobre a política atual da Argentina, convidando todos a refletir sobre os desafios que a sociedade enfrenta em tempos de crise.

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