INTERNACIONAL – Dilma Rousseff defende ampliação do Brics e financiamentos em moedas nacionais em reunião com Putin na Rússia.

A presidenta do Banco do Brics, Dilma Rousseff, marcou presença em uma reunião crucial realizada nesta terça-feira (22) com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. O encontro teve como foco a defesa da ampliação do bloco e a necessidade de aumentar os financiamentos em moedas nacionais, em detrimento do dólar americano.

Dilma destacou a urgência desses financiamentos, enfatizando que os países do Sul Global enfrentam dificuldades para obter empréstimos que atendam às suas enormes necessidades financeiras. Nesse sentido, a presidenta ressaltou a importância de disponibilizar financiamentos em moedas locais por meio de plataformas específicas, como o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), que se compromete a viabilizar investimentos não apenas em projetos soberanos, mas também na iniciativa privada.

Por sua vez, Vladimir Putin expressou gratidão pela presença de Dilma em Kazan, na Rússia, onde ocorre a 16ª cúpula do Brics. O presidente russo elogiou o trabalho da ex-presidenta do Brasil à frente do principal órgão financeiro do grupo e defendeu o aumento da utilização de moedas nacionais, como forma de reduzir taxas de serviço da dívida, aumentar a independência financeira dos países-membros e minimizar os riscos geopolíticos.

Desde 2018, o Banco do Brics financiou mais de 100 projetos, totalizando mais de US$ 33 bilhões. O bloco tem como um de seus objetivos aumentar o uso de moedas próprias no comércio entre os países membros, visando reduzir a dependência do dólar. Além disso, está prevista a apresentação de um relatório por Dilma Rousseff durante a cúpula, evidenciando o balanço do NBD e reunindo representantes de países da Ásia, África e América Latina.

A expansão do bloco, tema central da cúpula atual, foi defendida por Dilma, que ressaltou a importância de ampliar o Brics para países do Sul Global e estabelecer novas diretrizes para os próximos anos. A cúpula deste ano também definirá os critérios para a adesão de novos países como membros associados ao Brics, com cerca de 30 nações interessadas em participar.

Em outro contexto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, impedido de comparecer à cúpula devido a um acidente doméstico, foi representado por Dilma no evento. Ele prometeu participar das reuniões por videoconferência. O primeiro dia da Cúpula do Brics ainda contemplou encontros de Putin com líderes importantes como Xi Jinping, Cyril Ramaphosa e Narendra Modi.

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