A escassez de alimentos é uma realidade que afeta diretamente a população. Mais de 500 mil pessoas na região enfrentam fome severa, conforme relatórios recentes. Especialistas projetam que a situação se agravará, com a fome se espalhando para outras províncias como Deir Al Balah e Khan Younis nas próximas semanas.
O acesso a cuidados básicos de saúde e nutrição é cada vez mais limitado devido ao fechamento de centros de tratamento, resultado da intensificação das operações militares. Em agosto, apenas 12,8 mil crianças foram diagnosticadas com desnutrição, uma queda em relação ao mês anterior, quando 13 mil foram tratados. A insegurança impede o acesso a esses serviços vitais.
Ricardo Pires, porta-voz do Unicef, destacou a catástrofe humanitária que se abateu sobre Gaza, com mais de 18,5 mil crianças perdendo a vida desde o início do conflito. Ele chamou a atenção para o fato de que, à medida que a situação se agrava, os serviços de nutrição e saúde colapsam, deixando as crianças ainda mais vulneráveis. Quase 26 mil crianças precisam de tratamento imediato para desnutrição aguda.
Catherine Russell, diretora executiva do Unicef, enfatizou a necessidade urgente de preservar os serviços nutricionais essenciais. Embora a entrada de suprimentos tenha aumentado, a escalada militar resultou no fechamento de centros de nutrição, colocando mais crianças em risco. Ela reafirmou que ninguém deve sofrer de desnutrição, um problema que pode ser prevenido e tratado quando há acesso seguro.
Além das crianças, as mulheres grávidas e lactantes enfrentam riscos extremos devido à falta de alimentos. A ONU alerta que uma em cada cinco gestações resulta em bebês prematuros ou com baixo peso, exacerbando a crise nutricional.
Com o aumento da fome e a diminuição dos serviços, as Nações Unidas reiteram a necessidade urgente de assistência humanitária, sustentando que é vital restabelecer o fluxo de ajuda e proteger a infraestrutura básica. O Unicef faz um apelo a todas as partes envolvidas para que respeitem o direito internacional e permitam a entrada de assistência nas áreas afetadas, garantindo segurança aos trabalhadores humanitários e às populações vulneráveis.