Com 26% do Produto Interno Bruto (PIB) global, o Brics não possui um critério formal de filiação, mas tem aumentado sua importância ao promover acordos de cooperação mútua e constituir um banco de desenvolvimento, atualmente presidido pela ex-presidenta Dilma Rousseff.
O Brics teve sua origem em 2001, quando o economista-chefe do banco Goldman Sachs, Jim O’Neil, cunhou o acrônimo Bric para designar economias emergentes com alto potencial de crescimento. Somente em 2006, os quatro países formalizaram um fórum de discussões. Desde então, o grupo tem promovido reuniões de ministros de Relações Exteriores e chefes de Estado.
Em 2014, foi anunciada a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como Banco do Brics, que financia projetos de infraestrutura e crescimento sustentável nos países-membros. Além disso, foi formado o Fundo de Reservas do Brics para preservar a estabilidade financeira dos países membros em tempos de crise.
Nos últimos três anos, o NBD permitiu a adesão de países em desenvolvimento, como Bangladesh, Egito e Emirados Árabes Unidos, e em breve o Uruguai também fará parte da instituição.
O Brics aumentou sua participação na economia global, passando de 8% em 2001 para mais de 26% atualmente. No entanto, esse crescimento não é uniforme, com a China e a Índia registrando um aumento médio anual de 6% em suas economias, enquanto Brasil, Rússia e África do Sul tiveram um crescimento de apenas 1%.
A 15ª reunião do Brics ocorre em meio à tensão entre Rússia e Ucrânia e ao plano da China de permitir a ampliação do grupo. Apesar de o bloco não ter divulgado a lista dos países que querem fazer parte do Brics, cerca de 40 países manifestaram interesse. A inclusão de novos membros e a ampliação do acrônimo serão decididas por consenso dos cinco integrantes atuais.
Além da integração financeira, o Brics oferece oportunidades para a ampliação do comércio entre os países membros. O Brasil exporta produtos como comida, minérios e tecnologia para a extração de petróleo, enquanto tem acesso a minérios raros e tecnologias emergentes desenvolvidas pela China, tecnologias de informação e serviços farmacêuticos da Índia e minérios tradicionais da África do Sul.
A reunião do Brics traz novas perspectivas para o fortalecimento do grupo e a possível inclusão de mais países, ampliando sua relevância global e oferecendo oportunidades de cooperação econômica e comercial entre os membros.