A abordagem da segurança alimentar e nutricional, mudanças climáticas, transição energética, gestão de riscos e conectividade serão fundamentais no diálogo entre os países participantes. De acordo com Gisela, as reuniões preparatórias com representantes dos diferentes países já resultaram em um consenso sobre a importância desses temas.
Até o momento, confirmaram presença no encontro oito presidentes e seis primeiros-ministros, além de vice-presidentes e autoridades de organismos internacionais. A iniciativa reflete a abordagem do governo Lula em prol da integração regional, considerando que nenhum país isoladamente consegue enfrentar os desafios globais. “Precisamos nos aproximar para unir. A representatividade dos países da região no mundo depende de uma base sólida e coordenação de posições”, enfatizou a embaixadora.
No que diz respeito à segurança alimentar, Gisela destacou o potencial do Brasil em produzir alimentos para cerca de 1,6 bilhão de pessoas, dado que sua população é de pouco mais de 200 milhões. Contudo, enfatizou que a falta de rotas comerciais diretas faz com que muitos países da região dependam de rotas alternativas, muitas vezes levando os produtos ao mercado americano antes de alcançarem seu destino final. Essa questão revela a urgência de melhorar a logística comercial e facilitar o turismo.
Sobre mudanças climáticas, a diplomata antecipou a intenção de que os países da região adotem uma posição unificada, considerando os desafios específicos enfrentados por nações caribenhas, como o aumento do nível do mar. A transição energética também será discutida, interligando-se às questões climáticas e à gestão de riscos de desastres naturais.
A conectividade entre os países da região surge como um tema essencial, com ênfase na melhoria da infraestrutura de transportes, incluindo acessos marítimos e aéreos. Gisela destacou um projeto específico, a Rota 1, que visa conectar Roraima à Guiana, facilitando a exportação para o Caribe sem passar pelos Estados Unidos.
Por fim, a situação do Haiti foi mencionada como uma questão delicada que terá atenção especial. O Brasil tem contribuído com apoio em segurança e construção civil, além de treinar profissionais de segurança haitianos em parceria com a Polícia Federal.
A cúpula promete ser um importante passo para promover a integração e encontrar soluções conjuntas para os problemas que afetam a região, destacando a importância do diálogo e da cooperação entre os países do Brasil e do Caribe.