INTERNACIONAL – Críticas Crescem Após Prêmio Nobel da Paz Ser Concedido a María Corina Machado, Líder da Extrema Direita Venezuelana e Defensora de Agressões Militares.

A recente escolha de María Corina Machado, uma figura proeminente da oposição venezuelana e líder da extrema direita, como laureada do Nobel da Paz em 2025, gerou uma onda de críticas contundentes de diversos setores da sociedade. Essa designação, que foca em seu suposto trabalho pela democracia, é vista por muitos como um paradoxo diante de suas posições políticas polêmicas. Conhecida por apoiar ações militares violentas e por sua defesa de intervenções armadas na Venezuela, Machado levanta preocupações sobre a coerência dos valores que o Nobel da Paz deveria representar.

O renomado jornalista espanhol Ignacio Ramonet descreveu essa escolha como uma distorção do significado do prêmio, afirmando que “conceder o Nobel da Paz a alguém que constantemente defende a guerra” exemplifica uma “aberração” e ressalta a crise de legitimidade enfrentada pelas instituições globais. Em suas palavras, essa seleção é um reflexo de um mundo em desequilíbrio, no qual a paz é confundida com o militarismo.

Outros líderes da região também se pronunciaram. O presidente cubano Miguel Díaz-Canel considerou a decisão “vergonhosa”, argumentando que reflete a politização e a perda de credibilidade do Comitê Norueguês do Nobel. Para ele, a premiação a uma figura que promove intervenções militares é uma estratégia destinada a desestabilizar a liderança bolivariana na Venezuela.

O ex-presidente hondurenho Manuel Zelaya também criticou a escolha, considerando-a uma ofensa à história e às lutas dos povos por dignidade e autonomia. Ele enfatizou que a entrega do prêmio a uma “golpista” aliada a interesses financeiros externos representa uma transformação do que deveria ser um símbolo de paz em um instrumento de colonialismo moderno. Sua declaração ressoou com a ideia de que as políticas de Machado, que incluem sanções e bloqueios, têm causado sofrimento em sua nação.

Além de vozes latino-americanas, a coordenadora da plataforma Codepink, Michelle Ellner, expressou seu desdém pela premiação, ressaltando que as políticas de Machado não refletem a paz ou o progresso. Segundo ela, essa escolha ignora o histórico de sofrimento imposto pela ideologia que Machado defende, comparando sua atuação à situação de genocídio em Gaza.

Por sua vez, o Comitê Norueguês justificou sua decisão ao afirmar que Maria Corina Machado foi premiada por sua luta em prol dos direitos democráticos e por sua tentativa de promover a transição da Venezuela para um regime democrático. O presidente do Comitê, Jørgen Watne Frydnes, elogiou a coragem civil da opositora, embora muitos questionem se essas características realmente se alinham com os ideais do prêmio.

Em um mundo onde a paz deve ser uma busca incessante, a escolha de María Corina Machado para o Nobel da Paz levanta questões sobre a integridade e os valores que guiam essa honraria tão prestigiosa.

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